Em pleno Cariri Paraibano eis que surge um verdadeiro oásis de cachoeiras, arqueologia e muita história. Esta é a Pedra do Altar que fica na zona rural do município de Barra de Santana, a cerca de 160 km de João Pessoa, na Paraíba. O complexo arqueológico foi “descoberto” recentemente pelo turismo de aventura e vem recebendo visitantes de todo o Nordeste. O principal motivo é o contraste da paisagem seca da caatinga, onde é possível fazer trilhas e admirar imensas pedras com inscrições rupestres, bem ao lado do visual do Rio Paraíba com lindas e refrescantes quedas d’água.
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A história de Barra de Santana se confunde com a da Pedra do Altar. Afinal a ocupação do que hoje é um município começou justamente no sítio arqueológico onde os índios tapuias se estabeleceram e deixaram registros que podem ser vistos até hoje. Inscrições gravadas com uma tinta vermelha em um matacão comprovam a existência da antiga aldeia indígena. Inclusive o próprio nome do lugar tem relação com a tribo. Na margem esquerda do rio fica uma imensa pedra em formato de altar, onde dizem que os padres missionários celebravam missas para catequizar os índios.
“É realmente um oásis em pleno Cariri. Um local com registros históricos de inscrições rupestres e grande influência indígena com as catequizações. E quando chega aqui temos o Rio Paraíba que recebe água do Rio São Francisco e deságua em uma barragem que sangra e verte aqui para esse rio. Formando essas quedas d’água em uma paisagem sem igual bem no meio do sertão paraibano”, afirmou Rosildo Júnior, diretor da agência de ecoturismo pernambucana Vem de Andada, com a qual a Coluna Turismo de Valor fez o passeio.
Mas para chegar na paisagem que mais parece uma miragem é preciso passar por uma trilha no meio da caatinga que é leve por conta da extensão que não passa de 3 quilômetros, mas ao mesmo tempo um pouco pesada pelo forte calor da região. Todavia, quando se sabe que no final vai ter banho de cachoeira, o percurso se torna mais tranquilo de ser encarado. E no caminho existem várias paradas para admirar as plantas típicas da região e visitar mirantes de pedras que dão um visual para o citado oásis lá embaixo (o que naturalmente faz querer acelerar para alcançar o destino).
Quando o grupo finalmente chega ao complexo arqueológico logo se avista uma placa marcando a localização e logo atrás uma imensa rocha que, apesar da imponência costuma ser confundida, mas ainda não é a famosa Pedra do Altar. Ao lado dela é que podem ser observadas as inscrições rupestres. Depois, é só andar poucos metros em frente para já chegar no Rio Paraíba e observar do outro lado da margem a, digamos, Pedra do Altar oficial em que nitidamente se percebe o “tablado de pedra” que se assemelha a um altar.
Após horas de trilha em um calor escaldante nada melhor do que um bom banho de rio. É possível escolher entre as várias quedas d’água do local e ainda providenciais ôfuros naturais. Eles são pequenos poços que se formam no curso do rio e oferecem uma relaxante sensação de hidromassagem. O difícil é só querer sair da água para encarar a trilha de volta.
“Foi a minha primeira vez aqui. Eu já tinha ouvido falar nesse sítio arqueológico, alguns amigos vieram e achei muito legal as fotos. Daí pelas boas indicações decidi vir e me surpreendi pois é muito mais bonito ao vivo. A cachoeira é maravilhosa e o banho nela compensa qualquer esforço em trilha. Serei mais uma a recomendar o passeio”, disse a servidora pública Anne Rodrigues.