Em coletiva de imprensa nesta quarta-feira (6), o ministro da Saúde, Nelson Teich, falou que o programa de testagem do novo coronavírus é dividido por duas partes, o Confirma COVID19, e Testa Brasil, que já estão desenhados. Teich infirmou que será marcada uma coletiva para a apresentação do projeto, que foi apresentado ao final da coletiva, pelo secretário de Vigilância do Ministério, Wanderson Oliveira.
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De acordo com o ministro, as pesquisas são feitas com a colaboração das informações de outros setores do governo, para "integrar, entender e definir melhor".
"Vamos colher os dados sobre a doença na ponta, nos hospitais. Hoje, estamos buscando informações para tentar entender o nível de incerteza que existe em relação a mortalidade, incidência. Tudo isso é feito e os dados são mapeados", explicou.
Teich também falou que o resultado preliminar do estudo brasileiro que compara a hidroxicloroquina e a cloroquina deverá sair nesta madrugada. "Hoje, já existe uma autorização para o uso (dos medicamentos), mas não recomendamos o uso específico de qualquer medicamento", e disse que o Brasil está tentando garantir um recurso inicial das vacinas contra o coronavírus, caso seja encontrada.
O secretário de Vigilância em Saúde do Ministério da Saúde, Wanderson Oliveira, apresentou o programa de testagem, estruturado e solicitado por Teich, "para que a gente buscasse uma melhor performance dos dados com dados laboratoriais".
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Com a apresentação dos slides, ele explicou que o controle de estratégia do programa é baseado na gestão da resposta à pandemia; que depende de testes de diagnósticos para a identificação do vírus ou dos anticorpos, será necessário um grande número de testes para o controle da transmissão e um sistema de vigilância eficaz e capaz de identificar novos focos de transmissão, para minimizar o impacto das formas graves e da mortalidade.
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Serão implantadas duas estratégias principais; o Confirma Covid-19, que vai fazer o uso do teste molecular através de uma máquina laboratorial, e o Testa Brasil, o teste da gotinha da ponta do dedo e sorológico, que avalia os anticorpos.
O programa visa identificar as pessoas infectadas com o coronavírus e isolá-las rapidamente, com o intuito de diminuir o contágio e monitorar as condições médicas.
De acordo com Wanderson, as pessoas infectadas com até sete dias dos sintomas serão testadas e diagnosticadas por meio de RT-PCR, a partir do código genético do vírus ampliado pelo computador. Para que haja o controle da disseminação da doença, os doentes e contatos domiciliares também serão monitorados.
A indicação é que em caso de sintomas como febre, calafrio, sudorese, tosse seca, cefaleia, dor de garganta, rouquidão, coriza, hiperemia conjuntival, mal-estar, prostração e mialgia, seja feito o isolamento domiciliar durante 14 dias.
Nos casos de evolução para síndrome respiratória como dificuldade para respirar, pressão persistente no peito, coloração azulada nos lábios e/ou rosto, e hipoxemia, será feita internação do doente.
O Ministério da Saúde conta com a parceria do IBGE para o andamento do Testa Brasil, que também avaliará os anticorpos através da 'gotinha'. Serão feitos os chamados testes rápidos e técnicas estatísticas para entender a progressão do vírus no País, com coleta por telefone, estudo de painel longitudinal.
Será estimado o percentual de pessoas com anticorpos para o coronavírus, avaliada a velocidade de expansão da infecção ao longo do tempo, determinado o percentual de infecções assintomáticas ou subclínicas e a obtenção de cálculos mais precisos da letalidade
“As pessoas sintomáticas ou assintomáticas serão testadas por métodos sorológicos, podendo ser por meio de uma gota de sangue, que é o teste rápido e que dispomos no momento, ou pelo soro, que esperamos que ele esteja disponível em meados de junho”, disse Wanderson.