A movimentação da nuvem de gafanhotos que está sendo monitorada pelas autoridades brasileiras se estabilizou em território argentino. A queda acentuada das temperaturas e a previsão de chuva para os próximos dias devem impedir que os insetos ingressem no País pelo Rio Grande do Sul. Nesta quinta-feira, 25, o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA) publicou no Diário Oficial da União uma portaria declarando estado de emergência fitossanitária no Estado gaúcho e em Santa Catarina.
A nuvem da praga Schistocerca cancellata se desloca desde o Paraguai rumo ao sul do continente e está a 150 quilômetros da fronteira brasileira, perto da cidade gaúcha de Barra do Quaraí. "Na quarta-feira (24), eles se deslocavam para o sul da Argentina. Nesta quinta, a nuvem se estabilizou. Acreditamos que em virtude da chuva e da temperatura baixa essa nuvem diminuiu sua atividade", explicou Ricardo Felicetti, chefe da divisão de Defesa Sanitária Vegetal da Secretaria de Agricultura do RS.
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Segundo Felicetti, há algumas informações desencontradas de diferentes fontes sobre a movimentação dos insetos. Por isso, a autoridade agropecuária gaúcha está admitindo apenas os dados repassados pelo Serviço Nacional de Sanidade e Qualidade Agroalimentar da Argentina (Senasa) ao MAPA. "Estamos menos apreensivos do que antes, principalmente porque as condições meteorológicas não são propícias para estes animais. Mas ainda há o risco do ingresso no Brasil, caso haja alguma alteração climática", advertiu. Conforme a previsão do tempo para os próximos dias no Estado, a chuva dará lugar para o frio intenso antes do retorno da umidade na semana na próxima semana.
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Imagens de satélite indicam que a nuvem de gafanhotos possui cerca de 10 quilômetros quadrados. "Admitimos que ela seja formada por cerca de 400 milhões de gafanhotos", disse Felicetti. Como os insetos comem em média metade de seu peso por dia (os Schistocerca cancellata medem de dois a três centímetros e possuem massa de cerca de dois gramas), a nuvem pode consumir diariamente 400 mil toneladas de vegetais.
"O risco maior é o prejuízo nas lavouras de invernos, como trigo, aveia e cevada, além das plantações de citrus e oliveiras, e em hortaliças e pastagens", explicou o técnico. Ele afirma que os insetos não são nocivos a pessoas e animais, mas podem causar danos em equipamentos mecânicos, no trânsito e para a aviação de baixa altitude.