Até a última sexta-feira (20), mais de 1,9 mil notícias foram enviadas para checagem no Confere.ai. Por meio de análise em portais de checagem, foi possível identificar algumas peças de desinformação antigas que voltaram a circular na plataforma durante as últimas semanas. Selecionamos as mais buscadas para a conferência. Veja abaixo.
Durante o início da primeira onda da Covid-19 no Brasil, em meados de março, circularam diferentes versões de um boato cujo texto afirmava que o vinagre seria eficiente contra o novo coronavírus. Em vídeo checado pela Agência Lupa e pelo NSC Total, um homem afirma que o álcool em gel não é uma forma eficiente de higienização, sendo o vinagre o “melhor desinfetante”. A informação falsa foi checada novamente, em nova versão, por usuários do Confere.ai. Desta vez, a peça de desinformação orientava que o vinagre fosse ingerido com álcool.
Falso
Não há dados científicos que sustentem a informação de que o vinagre ingerido com álcool tenha qualquer efeito contra a covid-19. Além disso, o tipo de álcool recomendado pelo Ministério da Saúde é o álcool em gel 70%. Ademais ao elevado teor alcoólico do produto, o álcool 70% possui substâncias que podem causar cegueira, enxaqueca, úlcera, hepatite, entre outros efeitos adversos, segundo informações da Fiocruz.
Checado algumas dezenas de vezes no Confere.ai, o boato, que circulou em 2017, foi “reciclado”, inserindo o atual cenário da pandemia no Brasil. A mensagem, que circulou com maior incidência no Whatsapp, acompanha um vídeo de policiais invadindo o Congresso Nacional, que aponta que policiais civis e militares descobriram um “golpe contra Bolsonaro”. O texto, já checado por Boatos.org e Aos Fatos, diz que “R$ 6 milhões é o que vai receber cada deputado que votar pela Reforma da Previdência que corta a aposentadoria dos pensionista do Instituto Nacional do Seguro Social”, pondo a culpa do caso na pandemia do novo coronavírus e usando a situação contra o presidente Jair Bolsonaro.
O vídeo que acompanha a desinformação foi gravado em 2017 e se trata de um dos protestos realizados por policiais e agentes de segurança contra a reforma da Previdência. O vídeo se mantém no YouTube desde então. Em outro trecho, o boato conta que “a mídia ficou caladinha” quanto ao caso. Diversos veículos de comunicação informaram sobre os protestos, assim como a Câmara dos Deputados relatou os ocorridos.
Quanto ao recebimento dos R$ 6 milhões para cada deputado, todo deputado tem direito a uma cota de dinheiro (calculado com base no orçamento) para realizar obras em seus estados e municípios de atuação. Para tanto, ele precisa fazer um projeto que precisa ser aprovado dentro do Congresso para então o governo liberar a verba. Em 2017, foram gastos R$ 2,24 bilhões em emendas parlamentares de todo o país. Não são R$ 6 milhões para cada deputado. A destinação do valor é definida a partir do projeto que o parlamentar apresenta ao Congresso.
Em publicação realizada em agosto de 2019, um portal afirma que a jornalista e candidata à prefeitura de Porto Alegre, Manuela D’Ávila (PCdoB), foi autora do Projeto de Lei que autorizava o reconhecimento legal do ‘poliamor’ e, por conta disso, dava margem para a liberação da prática de incesto e pedofilia.
O material já foi desmentido pelo Estadão Verifica e Boatos.org. A medida em questão é o PL 3369/2015, de autoria do deputado federal Orlando Silva, também do PCdoB, do estado de São Paulo. Ao contrário do que diz a desinformação, a proposta do deputado é a de ampliação do reconhecimento de família pelo Estado brasileiro. Ou seja, reconhecer uniões de casais homossexuais e poliafetivos, além de reconhecer como membros da mesma família pessoas que não possuem laços sanguíneos. Você pode ler o projeto na íntegra aqui. Manuela D’Ávila não é autora da medida e já havia deixado de ser deputada federal na época em que o PL foi publicado. Ela deixou o cargo em 31 de janeiro de 2015, e Orlando Silva realizou a publicação em outubro do mesmo ano.
Se você estiver em dúvida com algum link ou texto que recebeu em suas redes, pode checar no Confere. Ferramenta automática de checagem, o Confere.ai utiliza inteligência artificial para analisar o nível de desinformação presente em conteúdos noticiosos. Para usar uma plataforma é bem simples: basta acessar 'www.confere.ai' e colar o link ou texto desejado na barra de checagem. Em poucos segundos o Confere te apresenta o resultado.