Professores da rede pública de ensino do estado de São Paulo decidiram fazer greve contra aulas presenciais a partir dessa segunda-feira (8). Segundo o Sindicato dos Professores do Ensino Oficial do Estado de São Paulo (Apeoesp), os profissionais irão trabalhar normalmente, mas de forma remota.
De acordo com a presidente do Sindicato, Isabel Noronha, a paralisação é uma greve sanitária, contra a volta das aulas em meio a pandemia de covid-19.
"Não há condições para um retorno seguro. As escolas não apresentam a mínima infraestrutura. Recebemos a todo momento fotos e vídeos de professores mostrando banheiros quebrados, lixo acumulado, goteiras, álcool em gel vencido. E tudo isso já está causando consequências graves", disse.
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De acordo com Noronha, um levantamento feito pelo sindicato dos professores constatou 147 casos de covid-19 em escolas que já retornaram com atividades presenciais. "Imagine o que vai acontecer quando milhões de estudantes voltarem para as aulas presenciais no estado", destacou.
Segundo decisão do governo do estado, a partir desta segunda-feira, os 3,3 milhões de alunos da rede estadual de São Paulo estão autorizados a retomar as aulas presenciais, em sistema de rodízio, e iniciar o ano letivo de 2021.
SECRETARIA
Em nota, a Secretaria de Educação do Estado disse que a paralisação faz parte de uma agenda político-partidária e que "o sindicato ainda esquece de contabilizar os riscos diversos atrelados ao atraso educacional e à saúde emocional e mental das milhares crianças e adolescentes".
"A retomada das aulas é pautada em medidas de contenção da epidemia, obedecendo aos critérios de segurança estabelecidos pelo Centro de Contingência do Coronavírus, embasada em experiências internacionais e nacionais. Estudantes e profissionais com doenças crônicas ou fatores de risco devem permanecer em casa, cumprindo atividades remotas", destacou em nota.
A secretaria disse ainda que faltas dos professores não justificadas pelos profissionais serão descontadas.