Com 19 estados na zona de alerta crítica para a ocupação de leitos de unidades de terapia intensiva (UTIs) destinados a pacientes com covid-19, o Sistema Único de Saúde (SUS) vive o momento de maior lotação desde o início da pandemia, mostra a série histórica de mapas divulgada nesta quinta-feira (4) pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz). O estudo reúne os mapas publicados em 17 boletins do Observatório Covid-19 Fiocruz, divulgados desde 17 de julho do ano passado.
- Transmissão descontrolada de vírus pode fazer do Brasil 'celeiro' de variantes
- Lockdown em Fortaleza: governador anuncia fechamento de comércio e serviços
- Brasil registra 1.910 mortes por covid-19 em 24 horas, novo recorde
"Como podemos observar na sequência de 17 mapas abaixo, mesmo no período entre a segunda metade de julho e o mês de agosto, quando foram registrados os maiores números de casos e óbitos, não tivemos um cenário como o atual, com a maioria dos estados e o Distrito Federal na zona de alerta crítica", analisa a fundação. A situação de um estado é considerada de alerta crítico quando a ocupação das UTIs atinge 80% das vagas disponíveis para adultos no SUS.
Os mapas mostram que o Amazonas está com as unidades de terapia intensiva em situação crítica de forma duradoura: à exceção do boletim de 7 de dezembro, as UTIs amazonenses apresentaram mais de 80% de ocupação em todas as análises desde 9 de novembro, somando oito vezes. O estado de Goiás foi o que mais apareceu na zona de alerta crítica, ocupando essa posição em nove dos 17 mapas, incluindo os últimos três.
Pernambuco é o estado na zona de alerta crítica há mais tempo de forma ininterrupta, já que foi classificado dessa forma em 7 de dezembro e se mantém com ocupação acima de 80% há sete boletins seguidos. Rondônia e Paraná entraram na zona de alerta crítica em 18 de janeiro, e permaneceram nela até a última análise, de 1 de março.
- Rio Grande do Sul ultrapassa 100% de ocupação dos leitos de UTI adulto; hospital aluga contêiner para guardar corpos
- Covid-19: dezoito estados e DF têm ocupação de leitos de UTI acima de 80%, diz Fiocruz
- Com alta ocupação de leitos, Pernambuco determina suspensão de cirurgias eletivas em todo o Estado
- Taxa de ocupação dos leitos públicos de UTI em Petrolina, no Sertão de Pernambuco, atinge 95%
No último boletim da Fiocruz, somavam mais de 80% de ocupação nas UTIs: Acre (92%), Amazonas (92%), Bahia (83%), Ceará (93%), Distrito Federal (91%), Goiás (95%) Maranhão (86%), Mato Grosso (89%), Mato Grosso do Sul (88%), Pará ( 82%), Paraná (92%), Pernambuco (93%), Piauí (80%), Rio Grande do Norte (91%), Rio Grande do Sul (88%), Rondônia (97%), Roraima (82%), Santa Catarina (99%) e Tocantins (86%).
Os pesquisadores detalham que, no caso de Minas Gerais, o estado tem divulgado taxas de ocupação de leitos de terapia intensiva sem distinção entre leitos de UTI gerais e de covid-19. Já para o estado do Rio de Janeiro, foram considerados dados da capital nos dias 17/07, 27/07, 10/08 e 24/08/2020 pela falta de dados estaduais na época em que os boletins foram divulgados.