Os 20 dias de busca pelo por Lázaro Barbosa - suspeito de ser o autor da chacina de uma família inteira e de uma série de outros crimes - se encerraram no último dia 28 de maio com a captura dele e, posteriormente, a sua morte pelos policiais da força-tarefa. Ele foi encontrado em Águas Lindas de Goiás, no interior do estado.
Em 9 de junho, ocorreu o crime que ficou conhecido como a "Chacina do Incra 9". Lázaro é suspeito de ter assassinado quatro pessoas da mesma família em Ceilândia (DF). De lá para cá, ele teria cometido uma série de outros crimes no período em que esteve sendo procurado.
Mas alguns dias antes, ele teria matado um caseiro em Cocalzinho. O modus operandi foi de execução: Ele invadiu a propriedade encapuzado e com colete a prova de balas, cometeu o homicídio e saiu sem levar nenhum objeto.
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Com a morte de Lázaro, chegou ao fim a força-tarefa designada para achá-lo, formada por 270 policiais de Goiás e do Distrito Federal, que utilizaram helicópteros, drones e cães farejadores. Ainda assim, as investigações sobre os crimes continuam.
Lázaro é investigado em aproximadamente oito inquéritos que envolvem latrocínios, que é o roubo seguido de morte e homicídios. A polícia acredita que ele não agia sozinho. Há indícios que ele tenha sido abrigado e auxiliado na fuga por fazendeiros da região, que forneciam alimentação e estadia.
Segundo apurou o jornal O Globo, os custos do enterro e sepultamento foram pagos por um anônimo através de um advogado.
Conheça o local onde Lazaro Barbosa foi cercado e morto
Lázaro é investigado em aproximadamente oito inquéritos que envolvem latrocínios, que é o roubo seguido de morte e homicídios. A polícia acredita que ele não agia sozinho. Há indícios que ele tenha sido abrigado e auxiliado na fuga por fazendeiros da região, que forneciam alimentação e estadia.
As linhas de investigação da Polícia Civil de Goiás contemplam a suspeita de crimes por encomenda, disputa de terras e especulação imobiliária.
Veja a retrospectiva dos 20 dias de busca por Lázaro
9 de junho
Data da chacina em Ceilândia. O suspeito invadiu a casa da família Vidal e matou o empresário Cláudio Vidal, de 48 anos, e seus dois filhos, Gustavo de 21 anos, e Carlos Eduardo, de 15 anos. A esposa de Cláudio e mãe dos meninos, Cleonice Marques, de 42 anos, foi sequestrada e encontrada morta três dias depois. O laudo divulgado pela Polícia Civil de Goiás mostra que ela pode ter sido estuprada e que teve uma orelha decepada antes de ser morta.
10 de junho
Lázaro teria invadido uma chácara a 3km do local onde ocorreu a chacina. Segundo notificou o Correio Braziliense, ele teria deixado na mira do seu revólver a proprietária Sílvia Campos, e o caseiro, Anderson. Ele também teria obrigado os dois a fumarem maconha. Lázaro roubou R$ 200, uma jaqueta, celulares e um carregador e fugiu do local.
11 de junho
No terceiro dia de fuga, Lázaro fez mais um refém e roubou um Fiat Pálio em Ceilândia. Com o veículo, ele se dirigiu a Cocalzinho, desta vez em Goiás, onde abandonou e incendiou o carro. As investigações apontam que lá ele se encontrou com um comparsa, que o ofereceu suporte.
12 de junho
Lázaro fez um refém em Ceilândia e roubou um Fiat Palio. Ele utilizou o veículo para ir até Cocalzinho, em Goiás, e lá o incendiou. A suspeita é de que ele tenha ido se encontrar com um comparsa.
13 de junho
Ainda em Cocalzinho, Lázaro roubou furtou outro carro, um Corsa Vermelho, na tarde do dia 13 de junho. Ele abandonou o veículo quando identificou um ponto de bloqueio montado pela polícia na estrada.
14 de junho
Neste dia, Lázaro foi visto por testemunhas no curral de uma fazenda localizada entre os distritos de Edelândia e Girassol, onde a polícia acredita que ele teria passado a noite. O caseiro informou à polícia que ele pediu comida e depois fugiu para a mata.
15 de junho
Neste dia, Lázaro fez três pessoas reféns e chegou a ser cercado por policiais. Um deles ficou ferido no rosto. Ele conseguiu fugir novamente.
17 de junho
Ele trocou tiros com a polícia mais uma vez e também conseguiu fugir. Um cão farejador encontrou um pano ensanguentado, o que poderia indicar que ele tenha sofrido algum ferimento grave.
22 de junho
Um caseiro de uma chácara localizada no distrito de Girassol, em Cocalzinho (GO) disse a polícia que um homem tentou arrombar a porta da casa, com quem trocou tiros. Não confirmado, porém, se este homem era de fato Lázaro.
24 de junho
Um fazendeiro e um caseiro foram presos suspeitos de ajudarem Lázaro a fugir. A prisão do fazendeiro em flagrante foi convertida para prisão preventiva. Já o caseiro foi liberado após audiência de custódia.
26 de maio
A operação desmontou o cerco na região das chácaras em Girassol, distrito de Cocalzinho de Goiás para se dirigir a Águas Lindas de Goiás, pela suspeita de que Lázaro estivesse naquela região.
28 de junho
Lázaro é encontrado e morto pelos policiais. A informação sobre a prisão dele foi divulgada pelo governador de Goiás, Ronaldo Caiado (DEM). Pouco tempo depois, a polícia divulgou que ele havia morrido. O Instituto Médico Legal (IML) liberou o corpo no mesmo dia à noite.
30 de junho
Depois de dois dias sem que a família aparecesse, o corpo foi retirado do IML.
Linha do tempo dos crimes atribuídos a Lázaro
2007
Preso em Barra Mendes, na Bahia, pelo crime de duplo homicídio, mas fugiu da prisão depois de 10 dias.
2009
Preso no DF pelos crimes de roubo, estupro e porte de arma.
2013
Laudo aponta características de personalidade como "agressividade, ausência de mecanismos de controle, dependência emocional, impulsividade".
2014
Passa para o semiaberto e é beneficiado com trabalho externo.
2016
Foge da unidade prisional do regime semiaberto.
Março de 2018
Lázaro é recapturado.
Julho de 2018
Foge do Presídio de Águas Lindas de Goiás (GO).
2019
Justiça expediu novo mandado de prisão.
2021
26 de abril: Lázaro teria invadido uma casa no Sol Nascente.
17 de maio: fez uma família refém na mesma região.
9 de junho: teria cometido um triplo homicídio em uma chácara, no Incra 9, em Ceilândia (DF).
10 de junho: rendeu o proprietário de uma fazenda, a filha dele e o caseiro.
12 de junho: Polícia encontra corpo de vítima no Córrego da Cascalheira, localizado no meio da mata entre a BR-070 e a DF-180.
13 de junho: furtou um carro e o abandonou na BR-070, depois, ele continuou a fuga, pela mata.
14 de junho: Polícias do DF e de Goiás fizeram um cerco em 34 propriedades rurais da região e continuaram as buscas
15 de junho: fez três pessoas de reféns e atingiu policial no rosto com disparo de arma de fogo