Uma criança e dois jovens foram baleados na cidade de Hidrolândia por policiais militares da região, a 253km de Fortaleza. Segundo informações da Polícia Militar do Ceará (PMCE), o caso aconteceu na sexta-feira, 9, como circunstância de uma perseguição policial.
Segundo informações de moradores da região, as pessoas estavam soltando bombinhas em uma praça da cidade dentro do carro. A polícia chegou a solicitar que eles parassem com a brincadeira, o que supostamente não aconteceu. Ao saírem do carro, os relatos apontam que as vítimas foram surpreendidas com disparos de arma de fogo efetuados pelos policiais em uma viatura, que estava com as sirenes desligadas.
Segundo a PMCE, as três pessoas - dentre elas, uma criança de 10 anos - foram socorridas e levadas ao hospital. Elas não correm risco de morte. Segundo o órgão de segurança pública, o destacamento policial local foi acionado para atender uma ocorrência de disparos de arma de fogo efetuados por indivíduos que estariam em um carro escuro.
Um veículo com as mesmas características repassadas foi localizado trafegando com os faróis desligados no bairro Nova Hidrolândia. "Os policiais que estavam na ocorrência disseram que foi dada ordem de parada, mas o condutor do carro não teria obedecido. Diante disso, uma perseguição foi iniciada e três ocupantes do carro foram atingidos por arma de fogo", disse a PMCE em nota.
Em vídeo enviado ao O POVO gravado em uma unidade hospitalar da cidade, parentes dos baleados refutam a versão policial citada. O vídeo mostra a criança baleada e os outros dois jovens, respectivamente, em macas do hospital. "Sem motivo nenhum! Que atirando o quê, senhor, atirando sem arma?", conversa uma mulher com um policial. "Machucou a criança, machucou outro aqui. Não abordaram, chegaram atirando".
Os policiais militares se apresentaram na Delegacia Regional de Canindé, onde o fato foi registrado pela Polícia Civil do Estado do Ceará (PCCE). Ainda segundo a PMCE, os policiais militares foram ouvidos em termo de declaração pelo comando do Batalhão ao qual são subordinados, tendo as armas de fogo recolhidas para envio a Perícia Forense do Estado do Ceará (Pefoce).
Os policiais militares foram afastados das funções operacionais até a elucidação do caso e foi instaurado um Inquérito Policial Militar (IPM) para investigação do ato.