A Polícia Federal (PF) investiga se um suposto esquema de pirâmide financeira com criptomoedas teria iniciado com dinheiro desviado dos dízimos e ofertas dos fiéis da Igreja Universal do Reino de Deus (Iurd). O esquema seria comandado pelo ex-garçom Glaidson Acácio dos Santos, que foi preso na última semana. A informação é do Jornal O Globo.
Em 20 de maio deste ano, a Iurd pediu a instauração de inquérito policial na PF contra o ex-pastor evangélico Nei Carlos dos Santos, após ter detectado a falta de R$ 3,022 milhões da congregação no Distrito Federal. Ao se aprofundar no caso, a igreja encontrou indícios de que outros 11 ex-pastores eram suspeitos da mesma prática. Em comum, eles abriram empresas no ramo de tecnologia e uma delas, a de Nei, tem como endereço a sede da GAS Consultoria e Tecnologia Ltda, no Distrito Federal, que pertence a Glaidson.
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A Igreja Universal do Reino de Deus entrou com uma ação judicial para antecipar provas, temendo ser “envolvida em crimes que não praticou, pelo simples fato de ter recebido, de boa-fé”, doações de Glaidson.
A Universal está incluída em uma lista de 27 empresas e pessoas físicas que receberam grandes doações da GAS. A Receita Federal levantou que a igreja recebeu aproximadamente R$ 29 milhões entre 2018 e 2020, mas a própria Universal já confirma ter recebido valores ainda mais altos, alcançando a quantia de R$ 72,3 milhões, entre 4 de maio de 2020 a 12 de junho de 2021.
Segundo a igreja, Glaidson já foi pastor da entidade e colaborava, assim com outros fiéis, “com o sustento do templo” de Cabo Frio, na Região dos Lagos, onde ele frequentava os cultos.
Ainda de acordo com O Globo, antes de apresentar a ação de produção antecipada de provas, a Universal procurou Glaidson por meio de um pastor para cobrar explicações sobre a motivação das doações.
A Igreja informou que os acusados acabaram se desligando do quadro eclesiástico da Universal, o que levantou ainda mais suspeita sobre a participação deles no crime. A defesa da Iurd acusa os ex-pastores de se reunirem para efetuar operações financeiras em bitcoins, "utilizando o dinheiro supostamente desviado, proveniente dos dízimos e ofertas recebidos" de igrejas da Universal comandadas, até então, pelo grupo.