Crime

"Não preciso andar com placa de que sou autoridade para ser respeitada", afirma delegada barrada em loja da Zara

Ana Paula Barroso, diretora-adjunta do Departamento de Proteção aos Grupos Vulneráveis (DPGV), contou que em nenhum momento o gerente do estabelecimento deixou claro o motivo da abordagem

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Do jornal O Povo para a Rede Nordeste

Publicado em 22/09/2021 às 23:35
Delegada da Polícia Civil Ana Paula Silva Santos que acusou funcionário da loja Zara de racismo. - Júlio Caesar / O Povo

A delegada Ana Paula Barroso, diretora-adjunta do Departamento de Proteção aos Grupos Vulneráveis (DPGV), disse que não deu voz de prisão ao gerente da loja ao ser barrada na loja Zara, do shopping Iguatemi, por ter sido surpreendida pelo ocorrido. “Não preciso andar com placa de que sou autoridade para ser respeitada”, afirmou Ana Paula em entrevista na sede do Complexo de Delegacias Especializadas (Code). A matéria é do jornal O Povo para a Rede Nordeste.

A delegada ainda frisou que não vai alterar uma vírgula do que aconteceu e que, em momento nenhum, houve o aviso do funcionário de que a abordagem aconteceu por ela estar tomando sorvete ou estar com a máscara no queixo.

De acordo com Ana Paula Barroso, o caso ocorrido na terça-feira da semana passada, 14, começou com o funcionário da loja pedindo que ela se retirasse do local por “questão de segurança”. Ela afirmou que, no início, não entendeu o motivo da ordenação e ainda questionou se o motivo era porque estava tomando um sorvete. O gerente, no entanto, somente repetiu que a questão era “de segurança”. Ana Paula se dirigiu ao setor de segurança do shopping para certificar se a postura era realmente a adotada. Ela conta que ainda voltou à loja, porém, o gerente ainda manteve a colocação.

Ana Paula trabalha em um departamento dedicado a grupos vulneráveis e afirmou que tudo é “um propósito de Deus”. A delegada contou que saiu de uma sorveteria próxima à loja e o homem veio em sua direção. “Eu imaginava que era um vendedor que ia me atender”, disse. Ela ainda disse que o homem chegou gesticulando e falando de forma rápida, mas sendo muito enfático sobre o fato de ela não poder permanecer no estabelecimento. “Em momento nenhum ele falou que era por conta do sorvete”, disse ela.

Ela ainda apontou que, se o funcionário tivesse explicado a razão, ela teria saído da loja, tomado o sorvete e voltado em seguida. “Eu não estaria passando por essa exposição. Porque não tenho dúvida, por muito menos eu acatei a ordem dele. Porque eu poderia ter permanecido na loja. E olha, eu não estou errada, não estava fazendo nada de errado na loja. No shopping todinho, eu vinha andando de máscara”, contou.

Conforme Ana Paula, várias pessoas já foram ouvidas no inquérito e afirmaram que entraram no estabelecimento tomando sorvete ou consumindo outro alimento.

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