A Mata do Passarinho, única unidade de conservação de Olinda, será transformada num parque estadual. É o que indica estudo da Secretaria de Meio Ambiente e Sustentabilidade de Pernambuco (Semas) para a recategorização de 32 reservas ecológicas estaduais. “Um parque é compatível com as atividades de educação ambiental já desenvolvidas aqui”, disse ontem o secretário Sérgio Xavier, durante assinatura de ordem de serviço para a recuperação do lugar.
A Prefeitura de Olinda terá que concluir, em dois meses, as obras previstas para serem executadas em dois anos. É que termina no dia 13 de junho prazo para a aplicação de R$ 238,7 mil destinados por meio de convênio com o governo do Estado para serviços hidráulicos, elétricos, de drenagem e reparos na cerca. O município atribui a demora ao processo licitatório para a contratação da empresa de engenharia.
“O convênio já teve um termo aditivo de prazo. Agora ou vai ou racha”, disse o diretor de Planejamento e Meio Ambiente de Olinda, Fernando Lopes. O objetivo das intervenções físicas, segundo o arquiteto, é restabelecer as atividades de educação ambiental realizadas na reserva ecológica, de 14 hectares. “Em período de chuva, fica inviável receber grupos de estudantes e da comunidade do entorno”, justifica. As visitas estão suspensas desde 2006.
Dos R$ 238,7 mil, R$ 164,3 mil são do governo do Estado e R$ 74,4 mil correspondem à contrapartida da prefeitura. Parte do dinheiro será empregado na recuperação de 1.500 metros de cerca que foram danificadas.
A unidade de conservação é uma das reservas ecológicas criadas em 1987, todas no Grande Recife, pelo governo do Estado. A Lei nº 13.787, que institui o Sistema Estadual de Unidades de Conservação da Natureza (Seuc), no entanto, não inclui reserva ecológica. A recategorização, segundo a lei, datada de 8 de junho de 2009, deveria ocorrer em dois anos.
Sérgio Xavier recomenda que, após a recuperação, as atividades da unidade de conservação sejam voltadas não apenas para as escolas, mas também para a comunidade do entorno. “Sem o envolvimento da população, a conservação não se torna efetiva”, justifica.
Para a moradora do local, Terezinha de Jesus Silva, além da obra de drenagem deve haver policiamento no local. “Moro aqui há 20 anos e toda vez que o açude da mata transborda, enche de lama aqui embaixo, mas a bagunça do povo que atira pedra para tirar cajá e pitomba também é ruim.”
Considerada de utilidade pública, a área foi desapropriada pelo Decreto Municipal n° 057, de 12 de maio de 1998. Levantamento botânico revelou a presença de 25 espécies de árvores características da Mata Atlântica. Há cajá, dendê, favinha, imbaúba, ingá, jacarandá, louro, pau-sangue, murici, oiti, sucupira e visgueiro.