A desapropriação deveria ter acontecido até 2007. Em 2002, o então prefeito do Recife, João Paulo, instituiu decreto declarando a área de utilidade pública para fins de desapropriação e estabelecendo prazo de cinco anos para seu cumprimento. “Tentamos muito que a desapropriação saísse do papel, mas infelizmente ainda não conseguimos”, lamenta Luci Machado, uma das coordenadoras do movimento. Dos 192 hectares, 60 são de manguezal, que pertencem à União. Assim, só 132 hectares poderão ser desapropriados.
“Ano passado tivemos dois importantes avanços. Um foi a ampliação dos limites do Refúgio de Vida Silvestre do parque. Eram 20 hectares. Por meio de decreto estadual passaram a ser 171 hectares. Outra conquista foi a elaboração do plano de manejo”, destaca Augusto Semente, outro coordenador do movimento. A instalação do conselho gestor do refúgio, em 2013, é outro ponto positivo na luta pelo parque. O plano de manejo, concebido pela Secretaria Estadual de Meio Ambiente e Sustentabilidade e pela Agência Estadual de Meio Ambiente (CPRH), estabelece o que pode e o que não pode ser feito no Refúgio de Mata Silvestre Mata do Engenho Uchoa. O documento estabelece regras para garantir a proteção do lugar. “A Mata do Engenho Uchoa serve como fonte de pesquisa para as universidades pernambucanas. O espaço pode ser aproveitado para trilhas. Há muitas escolas no entorno que também poderiam usar o parque para aulas de meio ambiente”, observa Augusto. Ele diz que a mata é reconhecida pela Organização das Nações Unidas (ONU) como reserva da biosfera mundial.