Além de um espaço de lazer e preservação ambiental, o Jardim Botânico do Recife (JBR), no Curado, Zona Oeste da capital, começa a se destacar como centro de pesquisa. A mais recente, ainda em andamento, tem um objetivo ambicioso: afastar o jacarandá branco (Swartzia pickelii) do risco de extinção. A árvore nativa da mata atlântica integra a lista das espécies ameaçadas, elaborada pelo Instituto Chico Mendes de Biodiversidade (ICMBio). Nos 25,7 hectares do Jardim Botânico, há apenas três exemplares.
Responsável pela pesquisa, a engenheira florestal Ladivânia Nascimento explica que a primeira etapa do trabalho consiste em acompanhar o processo de germinação da semente para traçar parâmetros que permitam entender a ecologia da espécie. “O jacarandá-branco é praticamente desconhecido. Não existe quase nada escrito sobre ele”, comenta.
Nos últimos 90 dias, a equipe de Ladivânia coletou 200 sementes da espécie. Metade foi plantada em bandejas com areia lavada (para tirar impurezas) e a outra metade em amostras de solo natural. “Queremos ver se há diferença no desenvolvimento da radícula (processo de germinação).” Os primeiros resultados indicam que sim. “Constatamos que, no ambiente nativo, o crescimento é mais rápido”, revela Talita Lopes, estudante de engenharia florestal e estagiária do JBR.
A equipe mede a semente com um paquímetro digital para verificar o índice de crescimento ao longo da semana. “Conhecendo o processo de germinação, conseguiremos entender o que está acontecendo com a espécie”, informa Ladivânia. “Se a planta não apresenta problemas para germinar, então por que está ameaçada?”
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