Inovação no tratamento da miopia

Técnica Smile é a 3ª geração de cirurgias a laser e promove mais precisão e segurança a pacientes com miopia e astigmatismo
JC Online
Publicado em 15/04/2017 às 15:00
Técnica Smile é a 3ª geração de cirurgias a laser e promove mais precisão e segurança a pacientes com miopia e astigmatismo Foto: Ashlley Melo/JC360


“Quantos dedos têm aqui?” Esta é uma pergunta que praticamente todo usuário de óculos já ouviu, pelo menos uma vez, não importa qual o tipo de problema se tem. A curiosidade é compreensível. Quem enxerga com clareza nunca passou pelo perrengue de não reconhecer um amigo na rua, não conseguir ler uma placa de direção ou simples instruções em um papel. Até aquele cafezinho quente e despretensioso fica difícil de óculos, embaça tudo. Assistir a filmes deitado, nem pensar.

Esses problemas parecem pequenos e até um pouco bobos para quem não sofre, mas muita gente se reconhece. Muita gente mesmo: pelo menos 21 milhões de brasileiros têm miopia, de acordo com o Conselho Brasileiro de Oftalmologia, o que corresponde a cerca 11% da população. E tem mais: a projeção da Academia Americana de Oftalmologia é que, até 2050, metade da população mundial seja míope. Isso sem contar outras condições como a hipermetropia, o astigmatismo e a presbiopia.

Precisar dos óculos pode incomodar muito. “O paciente que é obrigado a usar óculos muitas vezes tem uma autoestima prejudicada”, explica o cirurgião e oftalmologista Álvaro Dantas, do Instituto de Cirurgia Ocular do Nordeste (Ícone). “Na hora em que você tira os óculos e devolve o visual perfeito, sem artefatos, isso traz uma felicidade muito grande para as pessoas. Tudo o que fazemos por opção é bem aceito. A partir do momento em que você é obrigado – quem só enxerga de óculos, por exemplo – você tem uma qualidade de vida prejudicada”, afirma o médico.

A sorte de quem depende de óculos hoje é que as cirurgias refrativas estão cada vez mais eficientes. No mercado há cerca de 30 anos, as técnicas se modernizam o tempo inteiro, ficam cada vez mais precisas, seguras e confortáveis para o paciente.

“O principio da cirurgia corretiva a laser é modificar a curvatura da córnea. No caso da miopia, a gente quer deixar a córnea mais plana, o suficiente para modificar o foco do olho para o lugar certo”, diz.

A técnica mais recente é chamada de Smile, abreviação para “small incision lenticule extraction”. Em tradução livre, significa “extração de lentícula por pequena incisão”. E é exatamente isso que o processo cirúrgico promove, como explica o dr. Álvaro. “A cirurgia Smile é feita exclusivamente com laser de femtossegundos no equipamento alemão VisuMax, desenvolvido pela Zeiss. O laser é aplicado em duas profundidades na córnea, a tal ponto que a gente consegue separar um filamento no meio dela. Após o laser fazer uma pequena incisão na superfície, esse filamento é removido. Na hora que eu removo esse filamento, eu consigo modificar a curvatura da córnea na quantidade de grau que cada olho tem”, explica o médico.

O Ícone foi um dos primeiros centros da América Latina a disponibilizar a cirurgia Smile, realizada desde 2014 no Recife. Além de ser referência, segue sendo um dos poucos centros brasileiros a oferecer essa tecnologia. Ela é considerada a terceira geração em cirurgia a laser, utilizada amplamente na Europa e Ásia há sete anos.

A grande inovação deste procedimento é não existir cortes com lâmina de aço, nem necessidade de abrir um filamento na córnea para aplicação do laser, como acontece na cirurgia de LASIK. Essa novidade promove uma maior preservação da estrutura ocular e evita os riscos inerentes ao corte mecânico.

Mas essa não é a única vantagem da Smile. “Eu consigo corrigir mais grau com a Smile do que com as outras. Também há menor incidência de ressecamento ocular, que é uma coisa comum às outras técnicas”, afirma. A Smile é indicada para correção de até dez graus de miopia, com ou sem astigmatismo de até seis graus.

O processo todo é realmente tranquilo, garante a ortodentista Kelly Varela, de 37 anos, que há quinze dias se livrou dos óculos que usava desde a adolescência. Com mais de cinco graus de miopia em cada olho, ela era totalmente dependente das lentes.

“Fiquei muito surpresa, a cirurgia durou uns 15 minutos. A recuperação é super-rápida. Não doeu nem um pouco, nem durante, nem no pós-operatório”, conta Kelly, que já nos primeiros minutos pós-cirurgia estava encantada com o resultado. “No caminho da clínica para casa, eu vinha lendo o que via pela frente. Eu estava deslumbrada por estar enxergando tudo”, contou. Os pacientes já saem da mesa de cirurgia com a visão funcionando. No dia seguinte, a maioria já encontra um padrão normal de visão. No entanto, a melhora é gradativa e pode levar até 30 dias.

Mesmo com toda a informação disponível, falar em “cirurgia no olho” ainda assusta, principalmente aqueles que não conhecem bem as técnicas. “A maioria dos pacientes chega um pouco tensa. Mas é uma coisa indolor, cada etapa ocorre de forma tranquila, não há surpresa, não há dor, nada que transforme o ato em algo desagradável”, garante Álvaro.

Experiência

A convite do Ícone, a repórter do JC360, Lorena Aquino, passou por cirurgia refrativa com a técnica Smiles. Ela usava óculos desde os seis anos. A equipe do JC360 acompanhou o processo de perto e registrou tudo. Confira em ne10.com.br/ícone.

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