Quem vê Leo tranquilo em seu recinto não imagina a vida de sofrimento que o levou até o Parque de Dois Irmãos, há 17 anos. O leão é o único sobrevivente da tragédia do Circo Vostok, em 2000, em Jaboatão dos Guararapes. Durante o espetáculo daquela noite de abril, uma criança foi arrastada para dentro da jaula dos leões, que não eram alimentados há dias.
Leo tinha apenas 4 meses na época. A mãe e o pai foram mortos a tiros por policiais. Quase 20 anos depois, o animal fica nervoso com fardas e sirenes de viaturas. "Ele ficou marcado pelo episódio, ainda fica muito agitado no recinto com as coisas que lembram daquela noite", conta a veterinária Luciana Rameh.
O animal teve as garras arrancadas enquanto levava a vida itinerante do circo e, por isso, não sobreviveria na natureza. Em cativeiro, ele superou a expectativa de vida de um leão na natureza. "Com essa idade ele provavelmente já estaria sendo substituído por um leão mais novo no comando", explica Luciana.
Leo também está à procura de uma namorada. "Estamos sendo exigentes, já que ele não tem nenhuma doença. As candidatas que apareceram eram soropositivas, então continuamos procurando", acrescenta o gestor do parque, George Rêgo Barros.