Primeira Guerra Mundial é tema quase certo no Enem

Os cem anos do conflito que modificou o mundo é esperado entre os assuntos das ciências humanas
Renata Monteiro
Publicado em 10/09/2014 às 7:00
Os cem anos do conflito que modificou o mundo é esperado entre os assuntos das ciências humanas Foto: Foto: Bobby Fabisak/JC Imagem


No ano que marca os 100 anos da Primeira Guerra Mundial, conflito que mudou radicalmente o mundo moderno, o tema é tido como praticamente certo no Exame Nacional do Ensino Médio (Enem). Aprofundar-se no fato é fundamental, mas a visão do aluno em relação a ele – e a todos os outros que estão sendo estudados – não pode ser tradicional, positivista. Um acontecimento dessa proporção requer entendimento histórico do caso e compreensão de sua dimensão geopolítica, filosófica e sociológica, além de seus reflexos na atualidade.

Conforme Elias Nascimento, professor de história geral do Colégio Santa Maria, a disputa por territórios e mercado consumidor entre potências industrializadas foi um dos principais motivos para o início da guerra. “Estudar a Primeira Guerra desassociando-a da Revolução Industrial é impossível. O primeiro país a se industrializar, a Inglaterra, formou o maior império colonial do mundo a partir da segunda metade do século 19. Pouco depois, França e Bélgica formaram o segundo maior império. Com o tempo, os países que se industrializaram tardiamente entraram na disputa por áreas onde pudessem conseguir matérias-primas e onde fosse possível criar um mercado consumidor. Foi aí que as tensões começaram”, explicou.

Em livros didáticos, é comum haver ligação direta do início da guerra com o assassinato do herdeiro do trono do Império Austro-húngaro, o arquiduque Francisco Ferdinando, por um nacionalista sérvio. A informação não está incorreta, pois o fato foi o estopim para o começo do conflito, mas, de acordo com Elias Nascimento, não é isso que o Enem vai exigir. “O exame quer que o estudante relacione, por exemplo, o fato local – morte do arquiduque – que levou a uma guerra maior há um século, a outros que ocorreram recentemente. Afinal, não foi isso que aconteceu após o 11 de setembro? Não é isso que pode vir a ocorrer com as tensões entre Rússia e Crimeia?”, indaga o professor.

“O Enem vai muito além do simples acontecimento histórico. O exame trabalha o fato relacionado e contextualizado o tempo todo. Tanto é que não há prova de história, e sim de ciências humanas e suas tecnologias. A interdisciplinaridade e a conversa com temas transversais é o que dá o tom da avaliação”, completou.

Veja abaixo algumas dicas dos professores Elias Nascimento e Sérgio Salles para os feras que irão fazer o Enem:


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