Presídio de Pesqueira realiza projeto de poesia de cordel

Detentos que participam do EJA em escola situada dentro do Presídio Desembargador Augusto Duque (PDAD) participam da iniciativa há quatro meses
Editoria de Cidades
Publicado em 21/07/2017 às 9:27
Detentos que participam do EJA em escola situada dentro do Presídio Desembargador Augusto Duque (PDAD) participam da iniciativa há quatro meses Foto: Foto: Ingrid Cordeiro/NE10


Levar a poesia em forma de cordel para detentos do Presídio Desembargador Augusto Duque (PDAD), em Pesqueira, é o objetivo do projeto "Nas Linhas da Minha Poesia Busco a Realidade". O programa está em prática há quatro meses e visa os alunos da Educação de Jovens e Adultos (EJA), da Escola Professora Odete de Andrada Alves, que funciona dentro da unidade prisional.

A ideia partiu da professora Sandra Silva e com o apoio da equipe formada por um educador de apoio, duas professoras e um apoiador pedagógico, fez com que os reeducandos pudessem retratar, através da cultura nordestina, seus anseios, sentimentos de amor, angústias e formas variadas de enxergar a realidade de dentro cárcere.

A leitura em tom de rima faz com que o leitor viaje pela vida dos privados de liberdade envolto a sentimentos de fé, perseverança e aprendizados. São 16 alunos cordelistas, um ilustrador e 16 poemas compostos de uma a 15 estrofes. A gerência do presídio imprimirá 300 cópias para divulgação na unidade.

“Eu pessoalmente achava que não tinha capacidade de fazer nenhum verso, mas sempre a professora incentivava explicando que cada linha que a gente fazia era um verso e a cada quatro versos era uma estrofe, aí me veio uma curiosidade e eu comecei a fazer”, conta o reeducando Márcio José de Oliveira Pinto que criou o poema Encontrei-me com Jesus.

Já o detento Ivson Pereira Barbosa, resolveu contar em O Amor de Deus - a mais extensa de todas (com 15 estrofes) - a vida de um detento e as boas oportunidades de escolhas. “Através dessas poesias conseguimos falar mais alto e distante o que gostaríamos que todos ouvissem, expressamos muitas coisas positivas e depois ainda ficamos muito felizes”, relata.

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