Ministro da Educação sinaliza desbloquear contingenciamento em setembro

O contingenciamento de recursos voltados para as universidades federais começou no último mês de maio
Da editoria de Política
Publicado em 23/08/2019 às 10:52
O contingenciamento de recursos voltados para as universidades federais começou no último mês de maio Foto: Foto: Agência Brasil


Em entrevista à Rádio Jornal na manhã desta sexta-feira (23), o ministro da Educação, Abraham Weintraub, afirmou que possivelmente os recursos contingenciados das universidades vão ser desbloqueados a partir deste mês setembro. Segundo ele, a aprovação da reforma da Previdência na Câmara dos Deputados criou um ambiente favorável para a retomada da atividade econômica e como consequência o aumento na arrecadação de impostos, o que aliviaria o caixa do governo, permitindo descontingenciar os recursos para as instituições. 

"A lei nos obriga a contingenciar quando se há uma queda na arrecadação. O que eu pensei: "a reforma vai passar, quando melhorar a receita, vamos descontingenciar". Eu disse que esperava até o mês de setembro. Passou a previdência na Câmara, os indicadores de emprego já notaram o aumento disso. Sei que as pessoas desempregadas ainda não sentiram, mas os números mostram", explicou o ministro.

Na entrevista, Abraham ainda comentou que o governo do presidente Jair Bolsonaro (PSL) teria pego o Brasil "quebrado" e que a atual gestão luta para conseguir gerenciar a crise. "Eu espero que a gente vá ter como essa crise a única na históra. Começando por não votar pelo PT. Pegamos um País quebrado e estamos gerenciando essa crise na boca do caixa. Mas estamos atravessando esse vale", completou.

Questionado sobre a lista tríplice, encaminhada pelo Conselho Universitário (Consuni) da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) no último mês de julho, o ministro ressaltou que acredita que a instituição pernambucana terá uma eleição "dentro da legalidade". "O nosso compromisso é com a lei e não escolher um reitor que está fora da lista tríplice. Dentre esses três nomes temos que escolher um, isso está dentro da lei. Agora, havendo fraude, alguma coisa errada, a gente pode indicar um desses da lista por algum tempo ou a situação limite um interventor. Eu acho que vai acontecer tudo dentro da legalidade", afirmou. 

Em meio a sua fala sobre a UFPE, Abraham ainda comentou que as universidades federais possuem autonomia apenas para "pesquisar e ensinar" e não para fazer "bagunça". "Existe autonomia das universidades. Agora, elas tem liberdade para pesquisar, ensinar, devolver a todos os brasileiros o que eles recebem. Não existe soberania, independência, elas não são países fora do País. Então, quando acontece um crime dentro da universidade, a polícia tem que entrar para punir. Tem autonomia para trabalhar, para fazer bagunça não tem autonomia não", cravou.

Amazônia

No programa Passando a Limpo, Abraham Weintraub ainda foi questionado sobre o assunto do momento: a Amazônia. Perguntado sobre se concordava com as reações de ambientalistas e famosos nas redes sociais, o ministro lembrou suas viagens a floresta brasileira e discordou da maneira que as queimadas no local estão sendo relatadas. 

"Já fui para Amazônia mais de 15 vezes. A Amazônia já foi destruída como hoje? Não. Agora, em relação a outros lugares do mundo, ela foi pouco. Esses artistas que recebem dinheiro da Lei Rouanet, nunca nem pisaram lá. Não está havendo essa destruição que estão se falando", disse. 

Seguindo uma linha de argumentação semelhante a do presidente do Brasil, sobre as queimadas na Amazônia terem sido provocadas por pessoas que perderam 'privilégios', Weintraub afirmou que, houve sim, um grupo que se mobilizou para acabar com a imagem do Brasil no exterior.

"O que houve recentemente foi um acordo muito importante com a Europa. Teve pessoas, empresas grandes, grandes produtores que perderam com esse acordo na Europa. Tem sim um grupo, que rapidamente se mobilizou para acabar com a imagem do Brasil no exterior. Sem ser ingênuo, o Brasil tem riquezas muitos grandes, mas se tem muitas ONGs, pagas por famílias muito ricas, da Europa, dos Estados Unidos e até do Brasil que estão se mobilizando para tomar parte do território nacional. Vi áreas que brasileiros não podem mais entrar. Fui cercado por vagabundo que se dizia índio", acrescentou.

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