A reforma iniciada em março deste ano na Praça de Casa Forte, Zona Norte do Recife, deixou os três jardins mais parecidos com o desenho original, de autoria de Roberto Burle Marx (1909-1994). Plantas que não tinham sido indicadas pelo paisagista e ocupavam os lagos foram substituídas pela vegetação sugerida no projeto.
Élida Dias, diretora-executiva de Parques, Praças e Áreas Verdes da Empresa de Manutenção e Limpeza Urbana do Recife (Emlurb), informa que os dois lagos maiores, nas extremidades da praça, passaram por obras de impermeabilização e hidráulica, antes da readequação das plantas. O trabalho é orientado pelo Laboratório da Paisagem da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE).
“Estamos trocando a vegetação aquática dos lagos e tentando chegar o mais perto possível da ideia original”, diz Élida Dias. Algumas árvores do entorno dos espelhos d’água, plantadas por moradores do bairro, serão mantidas. “Apesar de não fazerem parte do projeto, estão sadias e não devem ser erradicadas”, explica.
Na reorganização, espécies tiradas de um jardim são transplantadas para outro, diz Élida. Segundo ela, mudas de antúrios já floridos, colocadas em volta do lago mais próximo da Igreja de Casa Forte, foram arrancadas no dia seguinte ao plantio. “Tiramos o que sobrou e só vamos replantar esta semana. A população também precisa cuidar da praça, é um espaço de lazer e de beleza para os moradores”, comenta.
A Emlurb tirou pés de goiaba, manga, resedá e palmeira que cresceram no lago próximo da igreja. Serão mantidas apenas as ninfeias (planta aquática) na área central e aninga nas jardineiras internas, nas extremidades do espelho d’água. O lago do jardim do meio foi projetado para ter apenas vitória-régia.
“Estamos lutando para colocar a vitória-régia no lago, mas por se tratar de uma espécie muito grande, o transporte é complicado. Provavelmente faremos o plantio simbólico de sementes, até conseguirmos trazer a planta”, informa. Nesse mesmo jardim, a Emlurb plantou 12 pés de açaí, que não existiam mais, e três pés de pau-mulato, para recompor a paisagem e proteger a vegetação aquática.
A intervenção na praça também contempla a recuperação e pintura dos bancos venezianos e dos gradis de separação dos jardins. Lâmpadas foram substituídas e as calçadas recuperadas. A intervenção custou R$ 450 mil, com recursos da Emlurb. O projeto da Praça de Casa Forte é de 1935.
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