A Faixa Azul de ônibus da Avenida Mascarenhas de Morais, na Imbiribeira, Zona Sul do Recife, tem apenas sete meses de implantação e, de acordo com a prefeitura, conseguiu aumentar em 23% a velocidade dos coletivos que circulam pelo local. Ganho que poderia ser bem maior caso houvesse melhor conservação da via e se os motoristas de carros e motos não insistissem em trafegar pelos sete quilômetros de via exclusiva que ligam a região ao Centro.
Os problemas começam logo após a descida da Ponte Motocolombó, pouco antes da esquina com a Rua Arquiteto Fernando Almeida. Quando chove, o trecho fica alagado, dificultando a passagem dos coletivos. Também é comum carros e motocicletas que descem a ponte em direção à Zona Sul aproveitar o embalo continuando na faixa exclusiva naquele trecho. Táxis sem passageiros também não fazem cerimônia.
Mais à frente, na altura do cruzamento com a Rua Missionário Joel Carlson, surge outro problema, que vai se repetir por diversos trechos: a tinta utilizada para delimitar a faixa azul desaparece, convidando ainda mais os motoristas mal-educados a trafegar no local. Uma extensa parte da pista continua com a tinta descascada até as imediações da esquina com a Rua Engenheiro Alves de Souza. Enquanto isso, mais carros e mais motos circulando pela faixa exclusiva.
Pouco antes da esquina com a Rua Itapeva, que dá acesso à Rua Jean Emille Favre, um grande buraco bem no meio da faixa azul faz os ônibus diminuírem a velocidade. Entre as Ruas Itacari e Jaçanã, mais faixas descascadas. “Todo motorista de ônibus adorou a faixa azul. Mas o problema é que os carros teimam em circular por ela e fazem isso porque não existe qualquer fiscalização e eles sabem que nada vai acontecer”, diz o motorista Roberto Aquino. A má educação dos condutores de automóveis também provoca acidentes, como o que a reportagem presenciou em frente ao ginásio Geraldão. Um motorista tentou cortar, pela faixa azul, um caminhão que estava na via ao lado. Foi arrastado por 30 metros e por pouco não subiu a calçada próximo a uma parada de ônibus repleta de pessoas. O motorista do carro, o operador de máquinas Damião da Silva, alegou não ter vindo pela faixa exclusiva, mas todas as pessoas que estavam no ponto de ônibus disseram o contrário.
Em frente ao prédio dos Juizados Especiais do Recife, um esgoto estourado toma conta da faixa por um quarteirão. Pouco antes do Viaduto Tancredo Neves, um enorme ponto de alagamento e o fim da faixa azul. E ao longo de sete quilômetros não foi visto um agente sequer da Companhia de Trânsito e Transporte Urbano (CTTU).
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