Um bosque com pés de aroeira, coco, goiaba, pitanga, araçá, fruta-pão, cajá, trapiá, caju, manga e jenipapo é a nova atração do Convento São Francisco, na Cidade Alta de Olinda. O sítio, no oitão do histórico refúgio dos frades, sempre esteve ali. Mas só agora os religiosos resolveram estimular as visitas.
A ideia de abrir o quintal ao público surgiu em agosto último, nas férias dos 14 frades estudantes, moradores do convento. Durante o dia, eles trocaram os livros por pás, enxadas e facões, para fazer uma faxina no bosque. Corta mato aqui, tira mato dali e os jovens se depararam com uma raridade: a bica dos franciscanos, há anos escondida na vegetação.
“É uma das cinco bicas que existiam na Cidade Alta e, no passado, servia para o abastecimento humano. Estamos fazendo pesquisas para tentar resgatar essa história”, conta frei Bruno Santana, um dos estudantes (professo temporário, no termo mais adequado). Os religiosos querem saber a data de construção e o uso dado à fonte, se era privativo dos frades ou coletivo.
A construção de tijolos antigos ainda preserva o nicho, onde, imagina-se, ficava uma representação de São Francisco, e parte dos elementos decorativos. “Vamos providenciar exames químicos, físicos e biológicos para avaliar a qualidade da água, oriunda de uma cacimba por trás da bica. Queremos recuperar o acesso à fonte e a utilidade da água para o convento e a população”, declara frei Bruno.