A acusada de canibalismo Isabel Cristina Pires da Silveira prestou depoimento durante o julgamento na tarde desta quinta-feira (13), no Fórum de Olinda, Região Metropolitana do Recife. A mulher nega envolvimento na morte de Jéssica Camila da Silva Pereira, em 2008, em Rio Doce, Olinda. A versão é diferente da relatada por Jorge Beltrão, marido dela. Depois, Bruna Cristina Oliveira da Silva vai prestar depoimento.
Muito nervosa, Isabel afirmou que só participou da ocultação de cadáver de Jéssica. Ele também negou que as coxinhas vendidas em Garanhuns eram feitas com carne humana. Assim como Jorge, ela se disse arrependida e pediu perdão aos familiares. Isabel disse que havia mais uma pessoa a ser morta em Garanhuns.
A acusada disse que se machucou tentando impedir o homicídio de Jéssica, por isso não presenciou o crime. Ela soube através de Bruna Cristina que a jovem foi cortada no pescoço e que fizeram o ritual. A promotora de acusação Eliane Gaia disse a Isabel que, se Jorge estava mentindo, é porque ele não a amava. Isabel se diz ter dependência emocional de Jorge.
A mulher explicou como preparou a carne de Jéssica. Ela informou que grelhou, comeu com arroz e deu a filha dela. A criança ficou com o trio após o assassinato de Jéssica.
Isabel também disse que preparou o fígado junto com as outras carnes, mas que Bruna não gostava dessa parte. Ela informou que a filha de Jéssica foi abusada, mas não pelo trio. Ao ser interrogada pela defesa, ela disse que Jorge quem inventou a seita.
A acusada continuou defendendo a imagem de Jorge e, segundo ela, foi apresentada aos pais de Bruna como irmã do acusado.
Antes dela, Jorge beltrão depôs. Em um momento, ele fez uma oração, na qual pediu perdão. "Pai celeste, em nome do teu filho Jesus Cristo, te peço perdão por tudo que fiz, te peço um consolo para as famílias que perderam seus entes queridos e por Bel e Bruna. Me dê forças e consolo através do nome do teu filho Jesus Cristo. Amém".
O delegdo Paulo Berenguer depôs pela manhã. Berenguer informou detalhes sobre o ritual usado pelo trio para matar as vítimas. Berenguer explicou que as mortes faziam parte de um ritual satânico com o objetivo de purificar a alma das vítimas.
O grupo também é acusado de falsificação de documentos, em dois casos. O primeiro caso é o da filha da mulher morta. O grupo falsificou os dados da criança para registrá-la no nome do casal. No outro caso, Jorge falsificou os documentos para se passar pelo irmão e resgatar o dinheiro da Previdência, que seria utilizado para cometer outros crimes.