Câmeras monitoram vândalos e pichadores

Governo do Estado e Prefeitura do Recife recorrem aos equipamentos para flagrar e prender quem destrói o patrimônio público
Cinthya Leite
Publicado em 27/11/2014 às 7:03
Governo do Estado e Prefeitura do Recife recorrem aos equipamentos para flagrar e prender quem destrói o patrimônio público Foto: Foto: Igo Bione/JC Imagem


Vários corredores do Recife têm se tornado alvo dos pichadores, que estão sob a espreita da Secretaria de Segurança Urbana do Recife e da Secretaria de Defesa Social (SDS). Ambas têm trabalhado de mãos dadas para ampliar o monitoramento da cidade e, dessa maneira, flagrar o vandalismo e penalizar os autores. A lei considera a pichação uma agressão ao meio ambiente, com previsão de pena de prisão de três meses a um ano, além de multa.

Para ajudar a fechar o cerco a essa prática, a Prefeitura do Recife já instalou 100 câmeras de videomonitoramento em diversos bairros da cidade, ao longo de um ano, com o intuito de flagrar depredações e atos de violência. Recentemente, guardas municipais apreenderam quatro jovens que riscaram o letreiro, em que se lê a palavra Recife, no Bairro do Recife. 

Pelas câmeras do Centro de Operações da Prefeitura, operadores visualizaram a ação e acionaram agentes da área. Também este mês, câmeras do Centro Integrado de Operações de Defesa Social flagraram indivíduos pichando imóveis na Rua da Aurora, no bairro de Santo Amaro, área central do Recife. A dupla foi surpreendida por policiais militares, acionados pela Central de Videomonitoramento da SDS. 

“As câmeras servem para deixar as pessoas mais intimidadas, pois elas pensam duas vezes antes de realizar o ato de vandalismo. É importante que a população saiba que estamos atentos a qualquer tipo de prática que causa conturbação e favoreça a violência”, diz o secretário de Segurança Urbana do Recife, Murilo Cavalcanti.

Ele informa que os principais alvos dos pichadores são a Avenida Norte, o bairro da Boa Vista e áreas centrais da cidade, como a Praça do Marco Zero, no Bairro do Recife. Os equipamentos também contribuíram para um flagrante dessa prática no Parque Urbano da Macaxeira, Zona Norte do Recife.

A gestão municipal gasta cerca de R$ 2 milhões por ano com monumentos, pontes e edificações públicas que sofreram ações de pichação e vandalismo. “Conseguimos visualizar boa parte desses atos, pois as câmeras estão espalhadas em diversos bairros, praças, parques e proximidades de escolas municipais. Aquilo que não conseguimos flagrar é registrado pela central e enviado para os órgãos de investigação”, alerta o secretário.

O maior entrave para coibir as pichações, segundo Murilo Cavalcanti, é o período em que elas são praticadas. “Na madrugada, o efetivo policial concentra esforços para reprimir ações criminosas e outros atos de violência. Isso não significa que deixamos de espreitar os pichadores.” Para impedir ocorrências dessa natureza e frear a violência, a Secretaria de Segurança Urbana tem como meta instalar mais 300 câmeras até 2016 – ação que integra o Pacto pela Vida do Recife.

Com o intuito de possibilitar o monitoramento das imagens 24 horas por dia, o Centro de Operações da Prefeitura foi ampliado e recebeu seis novos monitores, totalizando 10 telas. Os equipamentos possuem infravermelho, giro de 360º horizontal e 270º vertical. Além disso, armazenam até 30 dias de gravação. As imagens são compartilhadas com a SDS. 

Todos os parques da cidade já estão com câmeras: 13 de Maio, Sítio Trindade, Dona Lindu, Apipucos, Caiara, Macaxeira, Jardim Botânico, Santana, Lagoa do Araçá, Jaqueira. “No Parque 13 de Maio, por exemplo, já observamos uma diminuição de 80% da ocorrência dos pequenos delitos, desde que instalamos os equipamentos, há um ano”, informa Murilo Cavalcanti. 

As câmeras também já flagraram consumo de drogas, casos de furto próximo à Praça da Convenção, em Beberibe, Zona Norte do Recife, como também roubo de material de construção de uma escola municipal e um segurança que repassou arma para menores praticarem assaltos.

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