PMPE quer montar bloqueios em pontes de acesso ao Bairro do Recife

O 16º Batalhão levará a proposta à Prefeitura do Recife, em reunião nesta terça-feira, à tarde. Objetivo é inibir arrastões aos domingos
Da Editoria Cidades
Publicado em 13/01/2015 às 8:08
O 16º Batalhão levará a proposta à Prefeitura do Recife, em reunião nesta terça-feira, à tarde. Objetivo é inibir arrastões aos domingos Foto: Sérgio Bernardo/ JC Imagem


Após três domingos consecutivos de arrastões no Recife Antigo, a Polícia Militar de Pernambuco anuncia proposta para aumentar a vigilância em vias de acesso ao bairro. A ideia da PMPE é montar bloqueios nas Pontes Giratória, Maurício de Nassau e Buarque de Macedo, para averiguar documentos e menores desacompanhados.

De acordo com o major André Ângelo, que está respondendo pelo comando do 16º Batalhão, a sugestão será apresentada ao município às 15h desta terça-feira (13), numa reunião do grupo de trabalho criado para discutir ações de melhoria no policiamento e infraestrutura do bairro. O encontro será realizado no prédio-sede da Prefeitura do Recife, no Cais do Apolo.

No momento, a PMPE mantém um ponto de bloqueio na Rua da Moeda. “É muito isolado, porque os problemas estão acontecendo em outros trechos do bairro, por isso vamos apresentar o projeto de ampliação das áreas de triagem”, declara o major. Domingo passado (11) houve registro de correria e tumulto na Avenida Marquês de Olinda e na Rua do Bom Jesus, além de tiros paro o alto na Praça do Marco Zero.

Das 30 pessoas detidas domingo (11) no Recife Antigo, nove foram encaminhadas para a delegacia – Central de Flagrantes e Gerência de Polícia da Criança e do Adolescente, segundo major André Ângelo. “Uma delas era uma jovem com tornozeleira do sistema prisional. Ela cumpre prisão domiciliar, mas estava no Bairro do Recife”, observa o major.

O Recife Antigo é monitorado por 18 câmeras de segurança, das quais uma encontra-se desativada, à espera de manutenção, na Rua da Moeda. Na segunda-feira (12), a Secretaria de Defesa Social disse que registrou poucas imagens da confusão e não iria divulgar, para não prejudicar as investigações. Major André Ângelo confirmou os disparos feitos para o alto, por policiais militares, no Marco Zero.

“Estamos apurando para saber o que provocou os disparos. As primeiras informações são de que havia uma briga de galera e os policiais atiraram para dispersar”, diz. Pelos cálculos da PMPE, cem mil pessoas passaram pelo Bairro do Recife, no domingo (11). “Nosso maior problema é no domingo à noite, por isso vamos reforçar a segurança neste período. Da segunda-feira ao domingo pela manhã, a situação está sob controle.”

Até novembro de 2014, 30 homens garantiam a segurança. O efetivo aumentou para 60 militares, sendo 20 do Batalhão de Choque, 20 do Regimento de Policiamento Montado e 20 de outras unidades especializadas. “Agora, serão 70 policiais”, diz o major.

Na manhã de segunda-feira (11), o clima era de tranquilidade nas áreas onde foram registrados arrastões. Turistas passeavam pela Rua do Bom Jesus, contemplando o casario e fazendo compras. Um guia mostrava a visitantes da cidade o Museu a Céu Aberto, com vestígios do muro que protegia o Recife no século 17, na Travessa Barão Rodrigues Mendes. Nesse mesmo local, no domingo (11) à noite, a PMPE revistou jovens suspeitos de terem participado do ato.

Garçons que trabalham na Rua do Bom Jesus e presenciaram o tumulto afirmam que a segurança é falha. “O certo é ter policiamento durante a feirinha. Mas os PMs só aparecem depois que as barracas são retiradas. Todo domingo tem arrastão, mas a polícia só chega meia hora depois de a confusão ter acabado”, destacam Robson Andrade, Emílio José dos Santos e Clébson Macedo.

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