Nove prédios da Rua Padre Floriano, no bairro de São José, Centro do Recife, tiveram de ser interditados pela Defesa Civil da cidade, depois do incêndio que destruiu os dois últimos andares do Armazém Coral, sábado passado (24). Os imóveis, comerciais, permanecerão fechados até o proprietário do armazém providenciar a demolição do 4º e 5º pisos, danificados pelo fogo.
Técnicos da Defesa Civil vistoriaram a loja, na manhã de segunda-feira (26), e confirmam o risco de desabamento dos dois pavimentos, onde o fogo se concentrou. “Parte da laje ruiu e não há possibilidade de recuperação. A recomendação é demolir, para sanar o risco”, afirma o engenheiro Edgard Melo, gerente geral de Engenharia da Defesa Civil.
Segundo ele, os dois pisos podem ser reconstruídos, se for de interesse dos comerciantes, porque a estrutura da edificação está preservada. O fogo não atingiu os três primeiros pavimentos. A Defesa Civil não estabeleceu prazo, mas disse que a derrubada terá de ser imediata. “O armazém já está contratando uma empresa para executar ao serviço”, diz o engenheiro. O diretor de compras do Armazém Coral, Jaime Siqueira, informa que a demolição será feita o mais rápido possível.
Edgar Melo acrescenta que o estabelecimento pode voltar a funcionar antes da demolição dos pisos superiores, mas antes terá de fazer adaptações na rede elétrica, para evitar curto-circuito. O acesso ao público seria pela Rua das Calçadas, a fachada principal. que não sofreu avarias. “Está tudo tranquilo na Rua das Calçadas, sem nenhum problem para os pedestres circularem”, garante o engenheiro.
As edificações da Padre Floriano – a parte de trás do armazém – não foram atingidas, mas estão isoladas porque há o risco de os dois pavimentos superiores da loja desabarem. O bloqueio na via, com fita zebrada, afeta dois depósitos de camelôs, uma gráfica rápida, um restaurante, uma loja de cama, mesa e banho e outros pontos comerciais.
Segunda-feira (26), a Defesa Civil vistoriou e fez o cadastro dos nove imóveis interditados. Antes, os técnicos constataram um pequeno foco de incêndio no armazém e acionaram os bombeiros. O fogo destruiu o escritório central, o arquivo e o setor de informática, além de uma sala de treinamento.
O Instituto de Criminalística ainda não esteve no local, para investigar as possíveis causas do incêndio, porque não foi oficialmente convocado. “Nós só podemos fazer isso com uma notificação do delegado da área. E o delegado só nos chamará se o proprietário prestar queixa”, esclarece o coordenador geral do IC, Rivadávia Pereira.