Os trabalhadores rodoviários da Região Metropolitana do Recife decidiram, em assembleia realizada nesta sexta-feira (10), entrar em estado de greve contra a proposta salarial do sindicato patronal e prometeram paralisar os serviços nas primeiras horas desta terça-feira (14).
Na quinta rodada de negociações da campanha salarial dos rodoviários, o sindicato patronal ofereceu a proposta de 9,5 % de aumento no salário, auxílio funeral e indenização por morte ou invalidez. Além disso, um tíquete de R$ 220 reais pago também nas férias.
De acordo com o assessor de comunicação do Sindicato dos rodoviários, Genildo Pereira, apesar de um ganho com a proposta de volta do pagamento do tíquete alimentação no mês de férias do profissional, e do aumento de R$ 188 para R$ 220, a categoria rejeitou o aumento oferecido e votou na greve.
A categoria ainda amarga a derrota sofrida no ano passado quando, após ganhar o julgamento do dissídio coletivo realizado no Tribunal Regional do Trabalho de Pernambuco (TRT-PE), que determinou um reajuste de 10% no salário e de 75% no tíquete alimentação da categoria., uma nova decisão liminar publicada do presidente do Tribunal Superior do Trabalho (TST), ministro Barros Levenhagen, reconsiderou o reajuste.
O ministro determinou que o reajuste do tíquete alimentação continuasse de 6%, e não de 75%, como havia decidido o TRT. Com isso, o salário da categoria ficou de R$ 1.700,30, para motoristas, R$ 1.100,17, para despachantes e R$ 782,28, para os cobradores. Na decisão anterior, o salário seria de R$ 1.765,50, de 1.141,69 e de R$ 812,13 respectivamente.
Por meio de nota, a Urbana-PE informou que vem se esforçando para celebrar uma solução que atendesse ao máximo aos interesses dos trabalhadores, sem esquecer, a responsabilidade exigida pelo atual momento nacional.
Confira a nota da Urbana na íntegra:
A Urbana-PE vem se esforçando há muito tempo, especialmente nas duas últimas semanas, para celebrar uma nova convenção coletiva com a categoria profissional. Durante esse processo buscou uma solução que atendesse ao máximo aos interesses dos trabalhadores, sem esquecer, entretanto, a responsabilidade exigida pelo atual momento nacional.
Após longas e reiteradas reuniões conciliatórias, a Urbana-PE e a Comissão de Negociação designada pelo sindicato profissional chegaram a um acordo que compôs satisfatoriamente as pretensões dos trabalhadores, incluiu benefícios inéditos para a categoria e representou o limite da capacidade de negociação do setor.
A solução acordada com a Comissão de Negociação do sindicato profissional, integrada por representantes de todas as facções que compõem a categoria, é a mais favorável dos últimos anos.
Sua rejeição pela assembleia desta sexta-feira implica num retrocesso para os próprios empregados, pelo que se pede aos rodoviários que reconsiderem a decisão pela greve. A população e a economia local não podem ser tratadas como meros instrumentos de negociação para uma categoria.
A Urbana-PE informa que não medirá esforços para evitar a interrupção do serviço de transporte público de passageiros e minimizar eventuais transtornos à sociedade.