Projeto tira catadores de material reciclável da invisibilidade

Pimp My Carroça fará ação neste sábado (22) no Recife
Raissa Ebrahim
Publicado em 21/08/2015 às 8:00
Foto: NE10


Neste sábado (22), o projeto Pimp My Carroça desembarca no Recife. Desta vez, com uma edição maior do que a que aconteceu em março, como parte do Recifusion - Festival Internacional de Graffiti. O projeto é um movimento que luta para tirar os catadores de materiais recicláveis da invisibilidade, promover a autoestima desses trabalhadores e sensibilizar a sociedade para um trabalho tão importante e mal remunerado.

Para isso, o Pimp My Carroça promove ações criativas que utilizam o graffiti para conscientizar, engajar e transformar, fazendo arte e reformando os carros de mão. O evento acontece das 8h às 18h na no estacionamento da Faculdade Universo, na Avenida Mascarenhas de Moraes, no bairro de Imbiribeira, das 8h às 18h. 

A vinda do projeto é parte do Re-Circo – o circo da reciclagem, projeto idealizado pela Rexam, gigante de fabricação de latas para bebidas. O Re-Circo tem programação na cidade no sábado e no domingo. É uma iniciativa que mistura educação ambiental e a arte milenar do circo. Dedicada a toda a família, a programação começa às 14h e segue até as 20h, também no estacionamento da Faculdade Universo.

O Pimp My Carroça (www.pimpmycarroca.com) surgiu há três anos, já rodou mais de 15 cidades e realizou 31 campanhas de crowdfunding (financiamento colaborativo). “Desde o Recifusion, ficamos bem animados. Recife tem muitos artistas e catadores, que sofrem com os mesmos problemas de outras grandes cidades”, comenta Mundano, artista e criador do projeto.

“No Recife, apesar de ter havido esforços para melhoria da coleta, ainda é uma vergonha a quantidade de material que é reciclado na capital, menos de 3%”, observa. “São milhares de catadores fazendo um serviço que é de limpeza pública, coleta seletiva e logística empresarial. E eles não têm o reconhecimento que merecem. O momento é de quebrar esse bloqueio e esse preconceito com quem está cuidando da cidade”, explica.

Os voluntariados já estão escalados. São 40 grafiteiros e gente da área de saúde e bem-estar que vai cuidar desses profissionais, cortar cabelos, fazer as unhas, trocar ideias. Mas quem quiser pode chegar, convoca Mundano. Para participar, conhecer o projeto e ajudar a multiplicar a causa.

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