Representantes do grupo Casa Amarela Saudável e Sustentável convidam a população do bairro, na Zona Norte do Recife, para discutir a gestão compartilhada da Biblioteca Popular Jornalista Alcides Lopes. O encontro será nesta sexta-feira (8), a partir das 19h, na Escola Estadual Carlos de Lima Cavalcanti, localizada na Rua Desembargador Mota Júnior, 120. Depois de um ano fechada para reforma, a biblioteca foi reaberta segunda-feira passada.
O modelo de gestão com participação da comunidade e o horário ampliado de funcionamento são os principais pontos do debate, informa Vandson Holanda, um dos integrantes do Casa Amarela Sustentável. “Queremos contribuir com a agenda da biblioteca, porque esse espaço precisa ser efetivamente ocupado”, diz ele. O prédio abre para o público de segunda a sexta-feira, das 9h às 17h, sem intervalo de almoço.
Uma das propostas do grupo é abrir a biblioteca nos fins de semana e também à noite, de segunda a sexta, para atender mais usuários. “As pessoas que trabalham durante o dia não são contempladas com o atual horário de funcionamento”, observa Vandson Holanda. O grupo quer, ainda, criar uma área arborizada na frente da biblioteca, para atividades externas.
“Seria uma forma de aumentar o espaço físico. A Biblioteca Popular de Casa Amarela é pequena e não há verba para a compra de outro imóvel. Poderíamos implantar a alameda na rua que dá acesso ao prédio (Major Afonso Leal), que tem pouco movimento de carros”, sugere. A ideia foi lançada quando o prédio estava fechado. “Agora vamos discutir isso com a biblioteca aberta.”
As propostas serão apresentadas à prefeitura. Inaugurada em 1949, a Biblioteca Popular de Casa Amarela tem um acervo de 12 mil livros didáticos, paradidáticos e infantis. Desde segunda-feira (4), conta com sete computadores para os usuários e Wi-fi, pelo projeto Conecta Recife, que fornece internet de graça em áreas públicas.
Rebeca Maiara Soares de Lima, 20 anos, mora em Casa Amarela e pretende cursar medicina na universidade. Ela está se preparando para o Enem e decidiu estudar na biblioteca do bairro. “É um lugar tranquilo, mais silencioso do que em casa, e tem as publicações que procuro”, comenta a jovem. No primeiro dia de funcionamento do prédio reformado, ela consultava um livro de literatura.
Estudante de licenciatura em história na Universidade de Pernambuco (UPE), Edmilson Antônio da Silva Júnior, 18, também optou pela biblioteca como local de estudo.
“O prédio está confortável e o lugar é silencioso, mas senti falta de livros marxistas e de publicações sobre a teoria da evolução. Encontrei poucos, seria bom se tivesse autores variados”, declara o universitário, morador do Morro da Conceição, bairro vizinho a Casa Amarela, também na Zona Norte.