Demorou, mas os recifenses finalmente contarão com mais um espaço de convivência às margens do Rio Capibaribe, desta vez no Centro da cidade. A Prefeitura do Recife inaugura nesta sexta-feira (21) a primeira etapa da Estação Ecoturística Cais do Imperador, no bairro de Santo Antônio, mais de um ano após o início das obras, em julho de 2015. Apesar de ainda não estar aberto ao público, o espaço chamou a atenção de quem passava pela Avenida Martins de Barros nessa quarta-feira (19), quando os tapumes que cercavam a obra foram retirados.
Construído em 1859 para receber o imperador dom Pedro II, durante sua única visita a Pernambuco, o píer que conta parte da história da cidade será entregue completamente repaginado. Dos bancos instalados no local será possível apreciar a vista e a brisa do Capibaribe. Um pequeno anfiteatro com capacidade para cerca de 100 pessoas e iluminação no piso deve incentivar o uso do espaço para apresentações culturais.
Outra novidade é uma exposição permanente que conta a história da Igreja do Espírito Santo, do cais, da chegada do imperador ao Recife e da capital após a famosa visita. São quatro placas com fotos e textos em português e em inglês. A obra custou R$ 900 mil e foi financiada com recursos de compensação ambiental.
Dos quase 600 metros quadrados de área total, 130 são destinados ao primeiro café-bar da franquia Deltaexpresso. Para o diretor-executivo da empresa, João Barbosa, a inauguração do espaço comercial é uma forma de prestigiar a cidade. “É uma retribuição ao Recife, que nos recebeu tão bem. É fundamental mobilizar espaços que precisam ser revitalizados”. Embora seja administrada pela Secretaria de Meio Ambiente e Sustentabilidade (Smas), a manutenção da estação ficará a cargo da Deltaexpresso.
O grande diferencial do espaço destinado ao café é um telhado verde ecológico. “Além da questão climática, levamos em conta a estética e quisemos dar exemplo para o público”, diz o secretário-executivo de unidades protegidas da Smas e responsável pelo projeto, Romero Pereira.
Esta é a primeira etapa da estação. A segunda, que prevê a construção de um cais de atracação, deve começar já no início de 2017, segundo Romero Pereira. Na terceira e última etapa, ainda sem previsão de execução, um piso elevado será construído para ligar a estação à Praça Dezessete.
O novo cenário não combina com a situação do equipamento vizinho. O JC mostrou na última terça-feira (18) a situação de abandono da Praça Dezessete. Bancos quebrados, problemas de iluminação e sujeira estão por todos os lados do logradouro, que abriga monumentos históricos.
O problema maior é o grande número de moradores de rua. Segundo levantamento da Secretaria de Desenvolvimento Social de Direitos Humanos, são 23 pessoas em situação de rua vivendo na praça. A secretaria informou que nenhum deles manifestou interesse no acolhimento. As equipes continuarão o processo de sensibilização.
Responsável pela manutenção do espaço, a Empresa de Manutenção e Limpeza Urbana (Emlurb) informou que mandou uma equipe até o local para realizar um levantamento.