Polícia investiga outros esconderijos de quadrilha que atacou a Brinks

Pelo tamanho do grupo que se confrontou com policiais militares, delegado diz que casa localizada não era única
Cidades
Publicado em 22/02/2017 às 20:15
Pelo tamanho do grupo que se confrontou com policiais militares, delegado diz que casa localizada não era única Foto: Bobby Fabisak/JC Imagem


Ao tomar posse como novo chefe da Polícia Civil de Pernambuco, nesta terça, o delegado Joselito Kehrle do Amaral afirmou que o grupo responsável pelo ataque cinematográfico à transportadora de valores Brinks, no bairro de Areias, Zona Oeste do Recife, certamente estava abrigado em mais de um local. A polícia identificou uma casa alugada pela quadrilha , mas o policial diz que pelo tamanho do grupo (cerca de 20 pessoas), os integrantes não estariam escondidos só ali.

Há informações extraoficiais de que parte da quadrilha estaria hospedada em pousadas e hotéis. E que a casa localizada pela polícia já estava alugada há três meses ao grupo. “Ainda não temos informações do tempo em que alugaram a casa, nem dos locais em que estavam, mas tudo está sendo investigado”, observou Joselito.

 

ASSALTANTE PRESO

O delegado admite que se investiga também o envolvimento de Paulo Donizete Siqueira de Souza, 52 anos, no assalto. Ele é considerado um dos grandes assaltantes de banco do País, com processo em vários estados e foi preso no dia 7, em Pernambuco. “Obviamente está sendo investigada a participação dele ou de integrantes remanescentes da associação criminosa liderada por ele nessa ação contra a Brinks”.

Durante a posse, o secretário de Defesa Social, Angelo Gioia, revelou que um homem suspeito de participar do ataque cinematográfico foi preso em uma ação conjunta das Polícias Civil e Militar e está sendo investigado. Joselito salientou que só uma perícia técnica vai comprovar o envolvimento do suspeito na ação. “Precisamos confrontar impressões digitais ou material orgânico para ter certeza quanto à participação dele ou não”, ponderou. 

O governador afirmou ter certeza de que as pessoas envolvidas no ataque serão presas e de que “ações como essa a gente não vai mais ter em Pernambuco”. Ele parabenizou os policiais que se confrontaram com os bandidos e garantiu que não é necessário reforço da Força Nacional para o Carnaval. “Vamos ter mais policiamento do que em anos anteriores”, declarou. Também disse que o ex-chefe da Civil, Antônio Barros (que está de férias e ainda não tem nova função), sai de cabeça erguida e Joselito tem o desafio de reverter a escalada da violência e dar uma resposta rápida à população.

Tanto o governador quanto o novo chefe da Polícia Civil falaram sobre a redução de homicídios ocorrida entre 2009 e 2012, quando Joselito esteve à frente do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP). Em 2008, foram 4.528 assassinatos; em 2009, 4.018 e em 2012, 3.321. No ano passado foram 4.479 homicídios.

Ambos também defenderam a importância do Pacto pela Vida. “Acreditamos no trabalho integrado. Esta é a mola propulsora do Pacto pela Vida e é nessa visão nós vamos trabalhar”, disse Joselito. Paulo Câmara reforçou os poderes de uma ação conjunto. E garantiu: “Tenho certeza de que os resultados vão vir”. 

O ASSALTO

A ação da quadrilha começou por volta das 3h, com dez veículos sendo utilizados para bloquear seis pontos das Avenidas Recife e Doutor Rufino. Seis carros foram carbonizados. Os ladrões acessaram a Brinks pelo posto de gasolina que fica ao lado. Eles renderam os funcionários, metralharam câmeras de segurança e explodiu o muro. Depois explodiram também muro e portas da empresa. Na saída, usaram dois caminhões e trocaram muitos tiros com a polícia, deixando a população aterrorizada. Três policiais saíram com ferimentos leves. Vários imóveis ficaram danificados.

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