Nesta quarta (12), a Polícia Civil encaminhou ao Ministério Público de Pernambuco, o inquérito policial referente a morte de Tássia Mirella Sena de Araújo, assassinada na semana passada no apartamento em que morava em Boa Viagem, Zona Sul do Recife. O delegado Francisco Océlio, responsável pelo caso, indiciou Edvan Luiz da Silva, vizinho da vítima, por estupro e homicídio triplamente qualificado - motivo torpe, sem chance de defesa da vítima e feminicídio.
De acordo com o delegado, o laudo do exame sexológico já saiu, mas os resultados são inconclusivos para saber se houve, ou não, penetração. "Os exames não encontraram material masculino suficiente para indicar se houve a conjunção carnal. Isso pode ter ocorrido devido à diversas variáveis. Ele pode ter usado camisinha ou pode não ter ejaculado, por exemplo. Neste caso, o que configura o estupro não é o ato em si, mas a violação da integridade sexual da vítima", afirma. Para ele, se houve penetração ou não, é um "mero detalhe".
Ainda segundo o responsável pelo inquérito, Edvan teria matado Mirella para impedir que a vítima revelasse que foi estuprada. "Ele a matou para garantir que ela não contaria que foi violentada", finaliza o delegado Océlio. Por isso, umas das qualificações do homicídio mudou para ocultação de crime.
Segundo a polícia, as investigações e diligências irão continuar com o objetivo de esclarecer alguns pontos e robustecer o inquérito. Somente no fim das investigações, a Polícia Civil deve se pronunciar novamente. A medida está sendo tomada para não colocar em risco as investigações.
O comerciante Edvan Luiz estava preso preventivamente no Centro de Observação Criminológica e Triagem Professor Everardo Luna (Cotel), mas foi transferido nessa terça-feira. A Secretaria Executiva de Ressocialização (Seres) não divulgou onde ele se encontra. Edvan havia sido autuado em flagrante por homicídio triplamente qualificado