Igreja do Bonfim, em Olinda, fechada há cinco anos, será recuperada

Ordem de serviço que autoriza a obra vai ser assinada pela Prefeitura de Olinda nesta quinta-feira
Da editoria de Cidades
Publicado em 26/04/2017 às 7:30
Foto: Foto: Ashlley Melo/JC Imagem


Há cinco anos e dois meses fechada devido a problemas estruturais, a Igreja do Bonfim, localizada no Sítio Histórico de Olinda, no Grande Recife, começará, enfim, a ser restaurada. Ordem de serviço que autoriza o início da obra será assinada amanhã à tarde pela prefeitura. O recurso para os reparos, no valor de R$ 2 milhões, é do governo federal, por meio do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) Cidades Históricas. A previsão é começar o trabalho em junho e terminá-lo em 15 meses, ou seja, em meados do segundo semestre do próximo ano.

A licitação foi realizada ano passado. Mas a gestão anterior não fez o contrato nem emitiu a ordem de serviço pois havia planilhas orçamentárias pendentes. Prosseguimos com a documentação e agora será assinada a ordem de serviço”, explica o secretário de Patrimônio e Cultura de Olinda, Gilberto Sobral. Não há contrapartida financeira do município. Todas as intervenções foram previamente aprovadas pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), que acompanhará a execução dos serviços, juntamente com a gestão municipal.

A recuperação do telhado e da torre sineira será uma das ações. Em setembro do ano passado, a cruz de ferro e concreto que ficava nessa torre teve de ser retirada, porque ameaçava desabar sobre a casa vizinha. O projeto prevê também a restauração dos forros, assoalhos e pisos; conservação das esquadrias e escadas, adequação sanitária dos ossuários e restauração das fachadas. A situação do templo ficou tão ruim que nos últimos quatro anos o forro da capela-mor desabou, sepultamentos do ossuário foram violados e as rachaduras se acentuaram.

Foto: Ashlley Melo/JC Imagem
A Igreja do Bonfim, no Sítio Histórico de Olinda (PE), está interditada desde fevereiro de 2012 - Foto: Ashlley Melo/JC Imagem
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A Igreja do Bonfim, no Sítio Histórico de Olinda (PE), está interditada desde fevereiro de 2012 - Foto: Ashlley Melo/JC Imagem
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MPPE recomenda escoramento emergencial do forro da nave da Igreja do Bonfim - Cidade Alta de Olinda - Foto: Ashlley Melo/JC Imagem
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Forro da capela-mor da Igreja do Bonfim, no Sítio Histórico de Olinda, desabou parcialmente - Foto: Ashlley Melo/JC Imagem
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MPPE recomenda escoramento emergencial do forro da nave da Igreja do Bonfim - Cidade Alta de Olinda - Foto: Ashlley Melo/JC Imagem
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MPPE recomenda escoramento emergencial do forro da nave da Igreja do Bonfim - Cidade Alta de Olinda - Foto: Ashlley Melo/JC Imagem
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A Igreja do Bonfim foi erguida no século 18, na Cidade Alta de Olinda. Prédio atual é do século 19 - Foto: Ashlley Melo/JC Imagem
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Forro da nave da Igreja do Bonfim, na Cidade Alta de Olinda, está amarrado ao telhado por fios - Foto: Ashlley Melo/JC Imagem

Outra intervenção que integra o projeto será a construção de uma rampa na entrada principal da igreja e de um banheiro acessível na sacristia. As instalações elétricas e hidrosanitárias serão refeitas. Segundo a Secretaria Municipal de Patrimônio e Cultura, a proposta é eliminar intervenções contemporâneas que não agregaram valor estético e funcional ao conjunto arquitetônico, como marquises, uma caixa d’água e uma escada externa. “A empresa responsável pela obra é de Natal (RN). É a mesma que está executando o serviço no adro do Convento de São Francisco”, diz Gilberto Sobral.

As peças sacras da Igreja do Bonfim estão guardadas no Museu de Arte Sacra, situado também no Sítio Histórico. “Foi uma luta muito grande para recuperar essa igreja. Até que enfim tivemos um bom fim”, comentou o presidente da Comissão de Cultura da Arquidiocese de Olinda e Recife, frei Rinaldo Santos. “O povo de Olinda e o de Pernambuco só têm a ganhar com a reabertura da Igreja do Bonfim. Nossa arquidiocese celebra com alegria essa notícia”, complementa o religioso. A verba do PAC inclui restauro de parte do mobiliário.

TEMPLOS

Para recuperar a Igreja de São Pedro Mártir, que fica no Carmo – interditada desde setembro de 2015 pela Defesa Civil de Olinda – a prefeitura espera recursos também do PAC Cidades Históricas. O secretário de Patrimônio informa que o projeto, orçado em R$ 2,2 milhões, foi aprovado pelo Iphan e está agora na coordenação do PAC, em Brasília.

O Seminário de Olinda e a Igreja de Nossa Senhora da Graça são outros exemplos de imóveis religiosos fechados na Cidade Patrimônio por causa de problemas estruturais. Estão sem abrir há dois anos. Toda a recuperação, via Lei Rouanet, custará R$ 18,9 milhões. A arquidiocese está autorizada pelo Iphan a captar R$ 3,7 milhões, valor suficiente para fazer o reparo emergencial e, assim, reabrir os dois prédios. “Já conseguimos R$ 490 mil. Empresas podem contribuir e descontar no imposto de Renda”, diz a gestora de projetos da entidade, Telma Liege.

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