O projeto do Parque do Jiquiá será apresentado pela Secretaria de Desenvolvimento Sustentável e Meio Ambiente do Recife, nesta quinta-feira, a líderes comunitários de bairros das Zonas Oeste e Sul da cidade, ambientalistas, universidades e instituições culturais. O encontro, para convidados, será às 19h na Praça da Juventude, localizada na Rua João Cabral de Melo Neto, 121, em San Martin, na mesma região.
Área de lazer de caráter histórico, cultural, ambiental e social, o Parque do Jiquiá será implantado num terreno de 32,4 hectares que serviu como campo de pouso do Graf Zeppelin, no Jiquiá, bairro da Zona Oeste. O dirigível sobrevoou a cidade do Recife na década de 1930, em viagens da Alemanha para a capital pernambucana. O parque, anunciado pela prefeitura em março de 2012, vem sendo executado por etapas e ainda não é visível aos moradores.
“Vamos apresentar a proposta e falar sobre a atual situação do terreno, os conflitos, a importância do parque e os projetos existentes”, informa o gerente-geral de Sustentabilidade da Secretaria de Desenvolvimento Sustentável e Meio Ambiente, Alexandre Ramos. Nos últimos cinco anos, a prefeitura só conseguiu executar a obra de restauração da antiga torre de atracação do Zeppelin, a única de pé no mundo.
A recuperação dos paióis construídos no local, para armazenar munições durante a Segunda Guerra Mundial (1939-1945), ficou incompleta. Nenhum dos equipamentos prometidos, como planetário, biblioteca e museu, foi instalado. As próxima ações no terreno, diz Alexandre Ramos, são cercar o parque, construir guaritas e promover melhorias nas trilhas, com a colocação de banquinhos e lixeiras.
Com essas intervenções, previstas para o segundo semestre de 2017, a secretaria poderá abrir uma agenda de visitas escolares programadas ao Parque do Jiquiá, a partir de 2018. A colocação da cerca e das guaritas de proteção está em processo de licitação, informa Alexandre Ramos. O município está negociando recursos para as próximas etapas, que correspondem à recuperação de prédios existentes no terreno para atividades educacionais e equipamentos.
Moradores do entorno do Parque do Jiquiá lamentam a demora na execução do projeto. “É um desperdício, um espaço tão grande desse poderia ser melhor aproveitado, mas é tudo abandonado”, declara a dona de casa Elizabete Avelina. “Não entro ali faz muito tempo, tenho medo daquele matagal sem segurança”, acrescenta.
“Eu não acredito mais nesse projeto, na minha opinião é tudo mentira. Só vejo muita promessa, até a placa que botaram para anunciar o parque já caiu”, destaca Maria da Conceição Avelina da Silva. “Conheço essa mata desde mocinha, é um lugar com plantas lindas, cheio de cantos lindos, mas nada disso é aproveitado”, diz.
A diarista Suely Maria Arantes gostaria de ver o parque funcionando com policiamento, pista para caminhada, pracinha e brinquedos infantis. “Qualquer coisa que fizerem de bom para as crianças é bem-vindo”, reforça Maria Inácia Nascimento da Silva. “Tanta gente precisando de moradia e emprego e nada fazem nesse parque, o dinheiro que já gastaram aí veio dos nossos impostos”, completa Janaína Pereira.
A obra de restauração da torre de atracação do Zeppelin e dos paióis da Segunda Guerra Mundial custou R$ 5,9 milhões, num convênio da Prefeitura do Recife com o Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações.