O número ainda é uma incógnita. Mas as vítimas de feminicídio no Estado serão lembradas, nesta quinta, às 16h, em um ato público organizado pela Rede Meu Recife e Rede Minha Igarassu. Sapatos vermelhos e pretos serão espalhados no Marco Zero, no Recife Antigo, como parte da campanha Isso é Feminicídio, que está recolhendo assinaturas para registro dessa tipificação como subtítulo nos boletins de ocorrência, uma vez que hoje muitos casos se perdem nas estatísticas de homicídio.
O ato acontece dois anos depois da primeira sentença de feminicídio em Pernambuco, em 20 de julho de 2015, cuja vítima foi Aldenice Firmino da Hora, esganada pelo parceiro. Cristiano de Lima foi condenado a 18 anos e seis meses de reclusão pelo homicídio duplamente qualificado da sua companheira.
“O Ministério Público apura 164 denúncias desse tipo de crime desde a criação da Lei nº 13.104, de março de 2015, enquanto o Tribunal de Justiça tem 28 processos no período, portanto, já há um conflito estatístico entre os dois órgãos e os dados da Secretaria de Defesa Social não são compartilhados”, afirma Camila Fernandes, da Rede Meu Recife. “Com o ato, queremos lembrar das vítimas e abrir um canal de diálogo com o governo. Qualquer pessoa pode participar”.
Feminicídio é o crime praticado contra a mulher por razões da condição de gênero, ou seja, pelo fato de ser mulher. O crime pode ocorrer nos casos de violência doméstica e familiar ou quando há menosprezo ou discriminação à condição da mulher. Os grupos defendem que as estatísticas são essenciais para elaboração de políticas públicas de enfrentamento ao problema.