Entidade quer ajuda do Ministério das Cidades para salvar casarões

Após seis desabamentos e um incêndio, com 11 mortes, engenheiros e arquitetos se mobilizam para debater questão
Cidades
Publicado em 17/08/2017 às 7:49
Após seis desabamentos e um incêndio, com 11 mortes, engenheiros e arquitetos se mobilizam para debater questão Foto: Diego Nigro/JC Imagem


A participação do Ministério das Cidades na recuperação de antigos casarões do Centro do Recife é uma das questões a ser discutida, na tarde desta quinta, na mesa-redonda Rua da Glória, 366. O evento – cujo nome faz alusão ao endereço do casarão do Centro da capital onde um incêndio deixou dois mortos no dia 30 passado– acontece às 15h, na sede do Conselho de Arquitetura e Urbanismo de Pernambuco (CAU-PE), na Avenida Rui Barbosa 1363, sala 213, Graças, Zona Norte do Recife.

“Muitos imóveis do Centro do Recife ficam abandonados por falta de recursos dos seus donos. Vamos convidar o ministério a ajudar esses proprietários a recuperá-los”, informa o presidente da Associação Brasileira de Engenheiros Civis de Pernambuco (Abenc-PE), Stênio Cuentro. A entidade organiza o evento com o Sindicato dos Engenheiros no Estado de Pernambuco (Senge-PE), a Associação dos Engenheiros de Segurança do Trabalho de Pernambuco (Aespe) e o CAU.

Mas o encontro não se limita aos problemas do Centro da capital. Em menos de dois meses, já são seis desabamentos, um incêndio e 11 mortos em seis municípios do Estado. “Queremos saber: quais as causas dos acidentes? Quem são os responsáveis? Que medidas estão sendo adotadas? O que pode ser feito para evitar novos casos?”, explica Cuentro.

O engenheiro diz que a categoria está muito preocupada com a sequência de ocorrências. “Vimos que em Paulista (onde uma casa desabou matando uma criança e esmagando a perna da mãe, que precisou ser amputada), o imóvel foi demolido sem passar por perícia, isso não pode acontecer. É preciso investigar as causas e chegar aos responsáveis”, salienta.

Foram convidados para o encontro prefeitos e representantes da Defesa Civil de todos os municípios envolvidos, Corpo de Bombeiros, Ministério Público de Pernambuco (MPPE) e comunidade acadêmica.

OCORRÊNCIAS

Além do incêndio no imóvel que funcionava como pensão na Rua da Glória, sem licença para isso, e do caso de Paulista, estão sendo contabilizados o desabamento de um prédio ocorrido em Garanhuns, no dia 10 de julho, que deixou dois mortos; outro desabamento em Caruaru com mais dois mortos, no dia 17 de julho; a queda de uma marquise em Gaibu, com três mortos e três feridos, no dia 5 deste mês e outro caso em Triunfo, no dia 6, com uma morte.

No caso da Rua da Glória, além do casarão 366 outros três continuam interditados, por risco de desabamento. Segundo a Defesa Civil do Recife, no início do mês seus proprietários receberam um laudo com levantamento dos problemas técnicos e as recomendações para a recuperação dos prédios, que deve ser feita com apoio de engenheiros e arquitetos cadastrados em seus conselhos.

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