Um crime de feminicídio registrado há mais de dois anos teve o seu desfecho nesta terça-feira (7). Jonata Antônio da Silva foi considerado culpado pela morte de uma garota, menor de idade na época do crime, assassinada cruelmente por ser mulher. Ele foi condenado a 31 anos de reclusão, em sentença proferida pelo júri popular presidido pela juíza Inês Maria de Albuquerque, da 1º Vara do Tribunal do Júri de Jaboatão dos Guararapes, no Grande Recife.
O crime ocorreu dia 20 de junho de 2015. De acordo com a denúncia do Ministério Público de Pernambuco, Jonata frequentava um estabelecimento, conhecido como Bar do Kêka, onde a vítima trabalhava como garota de programa. Ainda segundo a denúncia, o acusado iniciou um relacionamento com a menina, que ele insistiu em manter fixo, como afirmou o MPPE, e terminou com o homicídio da garota.
Jonata foi detido no Presídio Juiz Antônio Luiz Lins de Barros, no Complexo Aníbal Bruno, no bairro do Curado, Zona Oeste de Pernambuco, onde permanece desde então.
O acusado foi sentenciado por homicídio quadruplamente qualificado, quando é cometido por motivo fútil, com emprego de meio cruel, sem possibilidade de defesa da vítima e por razões da condição do sexo feminino, o que caracteriza o feminicídio. Por esse crime, o réu foi condenado por uma pena de 26 anos de reclusão. Jonata ainda foi julgado pelo favorecimento da prostituição ou exploração sexual de criança ou adolescente, já que a garota era menor de idade. Por esse motivo, foi condenado a mais cinco anos de detenção.
Em setembro, o governador Paulo Câmara assinou o decreto que oficializa o crime de feminicídio em Pernambuco. Antes da norma, os crimes de violência doméstica, ou pela simples condição de a vítima ser mulher, eram assinalados como crimes passionais.