Um Carnaval com menos homicídios nos focos de folia e em todo o Estado. O balanço divulgado ontem pela Secretaria de Defesa Social (SDS) registrou uma redução de 25,3% do número de assassinatos praticados nos quatro dias de festa, comparando com o mesmo período do ano passado. Este ano, foram 59 Crimes Violentos Letais Intencionais (CVLIs), contra 79 em 2017. Nos focos de folia também houve queda de homicídios. Foram três casos em 2017, e um este ano. O assassinato foi registrado no bairro de Comporta, em Jaboatão dos Guararapes, durante o desfile de um bloco, no domingo.
De acordo com as estatísticas da SDS, a diminuição do número de homicídios se deu de forma mais acentuada no interior, com a queda de 36,6% nos casos, seguida da Região Metropolitana (-17,4%) e da capital (-6,7%). Em relação aos Crimes Violentos contra o Patrimônio (CVPs), a redução foi de 50,4% em relação ao mesmo período de 2017. Foram registrados este ano 783 roubos e furtos. Já no ano passado, esse número chegou 1.580 ocorrências. A redução se deu em todas as regiões, com destaque para a RMR, com 54%. O dia de menor incidência de roubos foi a terça-feira, com 65% de queda em relação ao ano anterior.
O secretário de Defesa Social, Antônio de Pádua, afirmou que o aumento de 32% do efetivo de policiais atuando nos dias de folia contribuiu para os números mais positivos. “Tanto na Região Metropolitana do Recife quanto no interior havia uma sensação maior de segurança. Foi um dos Carnavais mais tranquilos de Pernambuco, com a redução de todos os tipos de crimes”, ressaltou.
Na avaliação da SDS, o cadastramento dos aparelhos de celular, por meio do Programa Alerta Celular, ajudou a reduzir o número de roubos na folia. No total, foram cadastrados mais de 3.600 aparelhos telefônicos nos postos de atendimento instalados pela secretaria. A queda de furtos ficou em 20,4%. Foram 1.019 casos este ano, enquanto que em 2017, 1.280 celulares foram furtados. Houve também menos registros de agressão, sendo 82 no Carnaval deste ano, contra 128 no do ano passado, marcando uma redução de 35,9%.
O chefe da Polícia Civil, Joselito Amaral, acredita que a redução dos casos de crime sexual reflete o posicionamento adotado por Pernambuco de considerar estupro situações como o beijo forçado. “No início do Carnaval, o Estado se posicionou firmemente em relação aos crimes contra a liberdade sexual, colocando claramente que qualquer ato feito contra o desejo da mulher seria considerado estupro. Acredito que isso teve um efeito direto na redução das ocorrências”, avaliou.
Sobre as reclamações de foliões de que houve excesso por parte da Polícia Militar durante o desfile do Bloco do Homem da Meia Noite, em Olinda, o comando da Polícia Militar afirmou que foi necessário utilizar spray de pimenta para dispersar brigas entre galeras rivais, mas negou que tenha ocorrido uso exagerado da força policial.