A escalada de casos de conjuntivite em Pernambuco vem chamando a atenção das autoridades de Saúde do Estado. Segundo o oftalmologista Vasco Bravo Filho, em 2018, o número de casos subiu bastante. "De acordo com a análise que a gente fez, tivemos 4.846 casos de conjuntivite só no mês de janeiro. No mesmo período em 2017, o número foi de 909 casos", afirmou. Os dados foram apresentados em coletiva de imprensa na Fundação Altino Ventura, no Recife.
Vasco ainda apresenta o esquema de atendimento, em meio ao aumento de números de casos, na única emergência oftalmológica pública do Nordeste. "A gente tem tentado ajudar ao máximo atender o maior parte da população, mas estamos em um situação bem complicada, porque realmente há uma sobrecarga não só de conjuntivite, mas de casos gerais", afirma. "Há um aumento todo ano após o Carnaval, após voltas às aulas, que é quando a gente tem mais aglomeração de pessoas, de alunos", acrescentou.
Segundo a Secretaria Estadual de Saúde (SES), uma das unidades de referência em atendimento oftalmológico registrou um aumento de 351% no número de ocorrências dos três primeiros meses do ano, em comparação com o mesmo período de 2017. O órgão não informou os possíveis motivos do aumento, porque a notificação da doença não é compulsória. Agora, o Estado busca saber se outras unidades de saúde também registraram mudança no número de atendimentos.
O médico Vasco Bravo Filho ainda conta sobre os cuidados com mensagens relatando um surto no estado. "A gente tem que ter cuidado com algumas mensagens que circulam mo Whatsapp, mas realmente houve um aumento nos casos de conjuntivite", alertou.
Os sintomas de conjuntivite incluem, além da coceira e vermelhidão, sensação de desconforto nos olhos, secreção purulenta ou esbranquiçada, pálpebras grudadas ao despertar, fotofobia e sensação de areia ou ciscos nos olhos. Em geral, a conjuntivite acomete os dois olhos, podendo durar de uma semana a 15 dias.
"A maioria dos casos é de conjuntivite viral e que normalmente são quadros altos ilimitados, que com colírios lubrificantes e com cuidados de higiene já se resolvem. Algumas vezes, a doença acaba tendo o que a gente chama de conjuntivite secundária, e aí também começa a aparecer conjuntivite bacteriana e precisa de um tratamento com antibiótico. Mas esse são casos limitados", explica o médico.
A transmissão ocorre pelo contato direto com secreções de pessoas infectadas e pela forma indireta, na qual o contágio ocorre por meio de objetos, superfícies e instrumentos contaminados. Por isso, alguns cuidados devem ser tomados. Lavar as mãos, evitar coçar os olhos e não utilizar objetos de uso geral de pessoas infectadas são algumas das recomendações dos especialistas.