Ela é a primeira ponte de grande porte construída no Brasil e liga os bairros do Recife e Santo Antônio, no Centro da capital pernambucana. Apesar da importância histórica, a centenária Ponte Maurício de Nassau também é vítima do abandono do poder público. Os problemas podem ser observados em vários trechos da construção e ameaçam a segurança de quem passa pelo local.
É o caso de um dos guarda-corpos de metal, retirado pela Prefeitura do Recife para reparos. No lugar da estrutura, a Autarquia de Manutenção e Limpeza Urbana (Emlurb) colocou um tapume de madeira, mas o mesmo foi furtado na última semana. Agora, quem passa pela construção se depara com um buraco, com passagem direta para o Rio Capibaribe. Um perigo para quem, assim como a dona de casa Ana da Silva, 26 anos, circula com crianças pelo local. “Tenho medo, porque se minha filha de quatro anos chegar muito perto, pode se machucar com os pedaços de madeira que restaram do tapume ou mesmo cair no rio.”
No mesmo trecho, uma das estruturas que servem como suporte para a iluminação da ponte está pendurada, podendo cair a qualquer momento em um transeunte. Perto dali a mesma estrutura sequer existe, apontando que os problemas, além de estruturais, se estendem à iluminação.
“Falta que a prefeitura instale uma luz melhor e mais forte, para que as pessoas tenham mais segurança. Sinto medo de ser assaltado quando ando por aqui”, pontuou o aposentado Urbano de Serpa Brandão, 88.
Em nota, a Emlurb informou que irá repor os tapumes do guarda-corpo danificado hoje. Sobre a iluminação da ponte, a autarquia afirmou que uma equipe foi enviada ontem para realizar uma vistoria e que os reparos necessários serão programados ainda para esta semana. “Os guarda-corpos da Ponte Maurício de Nassau passam por revisão e manutenção constantes, assim como a iluminação do local. A última revisão e manutenção geral foi realizada no ano passado”, diz um trecho do comunicado.
A capital pernambucana tem 28 pontes. Quatro delas – Motocolombó, em Afogados, Zona Oeste da capital; Estácio Coimbra, no Derby, área central; Princesa Isabel, também no Centro do Recife e a Ponte da Torre, localizada no bairro homônimo, Zona Norte da cidade – foram objeto de estudo de dois alunos de engenharia civil da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), entre o fim do ano passado e o início deste ano. O estudo apontou que os problemas mais comuns, como infiltrações, rachaduras e ferragens expostas, têm a mesma origem: a falta de manutenção.
Para as quatro construções citadas na pesquisa, não há sequer previsão de quando as intervenções necessárias serão feitas, de acordo com a Emlurb.