Os professores municipais do Recife entraram em greve por tempo indeterminado a partir desta segunda-feira (14) reivindicando reajuste salarial de 6,81% para toda categoria. A decisão foi tomada em assembleia na sexta-feira (11), com cerca de mil professores reunidos em frente ao Centro de Formação de Educadores Professor Paulo Freire, na Zona Oeste do Recife. Segundo a coordenadora geral do Sindicato dos Professores da Rede Municipal do Recife, Cláudia Ribeiro, 80% das instituições estão paralisadas, atingindo cerca de 310 escolas e mais de 96 mil alunos.
A reivindicação acontece desde janeiro deste ano. O sindicato se reuniu com a secretaria de educação e de finanças, mas segundo a coordenação, as autoridades se negaram a apresentar perspectivas de reajuste. Em consequência, a greve foi deflagrada. "Estamos esperando propostas da Prefeitura do Recife há quatro meses. Eles querem aplicar o percentual apenas para os professores em início de carreira, ou seja, 80 profissionais", relata. Ainda segundo Cláudia, eles desrespeitam a lei federal do piso salarial.
Em 2017, a proposta da Prefeitura foi a mesma. Claudia aponta a posição como “desvalorização profunda da condição de trabalho dos professores”. Além do reajuste, os professores protestam os problemas estruturais da escola. Segundo a coordenadora, as instituições comportam mais crianças do que a salas de aula realmente suportam: "Optam por oferecer um material sucateado. Colocam 26 crianças em salas que cabem apenas 15".
Por não ter prazo para acabar com a greve, o próximo passo verá ser dado pela Prefeitura do Recife. Até esta segunda-feira (14), não havia perspectiva de reunião entre o sindicato e as autoridades. Procurada pelo JC, em nota, a Prefeitura lamentou a situação e negou desrespeito a lei do piso, citada pela coordenadora.
“A Prefeitura do Recife lamenta que o Sindicato dos Professores Municipais tenha optado por radicalizar o movimento com o processo de negociação em andamento. Somente este ano já foram realizadas mais de 20 reuniões setoriais, que discutem temas específicos de cada categoria. No caso da Educação, foram quatro reuniões.
A atual gestão sempre respeitou a Lei Federal n° 11.738/08, que estabelece o vencimento inicial das carreiras do magistério público da educação básica, e garante que vai continuar respeitando a legislação em 2018. A PCR reforça que mantém constantemente o diálogo aberto com todas as categorias de servidores municipais. A primeira mesa geral de negociação salarial 2018 já foi aberta.”