Bairros de Casa Forte e Boa Vista recebem intervenções de moradores

Movimento Casa Forte Mais Segura e Coletivo Massapê colocaram a mão na massa, neste sábado, para melhorar áreas públicas degradadas
Da editoria de Cidades
Publicado em 16/06/2018 às 15:01
Movimento Casa Forte Mais Segura e Coletivo Massapê colocaram a mão na massa, neste sábado, para melhorar áreas públicas degradadas Foto: Foto: Melina Motta / Coletivo Massapê/ Divulgação


Em Casa Forte, Zona Norte do Recife, entre as Ruas Flor de Santana e Harmonia, um terreno cheio de lixo e metralhas foi limpo e ganhou mudas de plantas. Na Praça Monsenhor Francisco Apolônio Sales, na Boa Vista, área central da cidade, as novidades foram a pintura colorida do chão e a colocação de um estante de pallet com livros novos que poderão ser levados gratuitamente ou trocados por outros. Os dois espaços públicos receberam melhorias na manhã deste sábado, numa ação conjunta entre moradores e a gestão municipal. Um dos objetivos do projeto Recife dos Encontros é estimular a participação popular no resgate de áreas degradadas da capital pernambucana.

“Vamos transformar os vazios urbanos, que estão ociosos, em locais de convivência, tendo o cidadão como protagonista desse processo”, destacou o secretário-executivo de Inovação Urbana do Recife, Tullio Ponzi. “Estamos abertos a sugestões de ações em outros locais do Recife. Mas é importante que as pessoas não façam só a reivindicação e sim estejam dispostas a colocar a mão na massa”, comentou o secretário.

A ação na Zona Norte partiu da mobilização do Movimento Casa Forte Mais Segura, formado por moradores de mais de 200 prédios e casas. Além da retirada de lixo houve a pintura da calçada e de um pontilhão. Crianças participaram da iniciativa. “Gostei porque não tinha plantas e agora vai ficar melhor e mais bonito, sem o lixo”, afirmou Nicole Vasconcelos, 7 anos. Ela e o irmão, Cauã Ferreira, 4, melaram as mãos de tinta ao tingir o pontilhão de azul.

No chão, foram escritas as frases “Você sabia que aqui é Largo do Holandês?” e “Lembre-se, aqui é um riacho”. “É um local histórico de Casa Forte e não pode ser ignorado. Muita gente pensa que é um canal, mas na verdade é o Riacho Parnamirim”, revelou a designer Gisela Abad, voluntária do movimento. “Quando nasci, 57 anos atrás, meu irmão veio pescar peixe pra mim. As crianças tomavam banho, era ótimo. Fico feliz que estejam cuidando do riacho”, afirmou a costureira Cristiana Ramos.

O vereador Jayme Asfora, residente de Casa Forte, apresentou projeto de lei para que a área seja oficialmente registrada como Largo do Holandês. Ele acredita que até o início de julho haja a votação da proposta. A prefeitura planeja ouvir os moradores para que sugiram o que fazer no terreno ao lado do riacho.

CENTRO

Na Boa Vista, a intervenção contou com os integrantes e voluntários do Coletivo Massapê. A Praça Monsenhor Francisco Apolônio Sales fica em frente à Igreja da Soledade. “É passagem de muitas pessoas, principalmente estudantes. Por isso a ideia de transformar em uma biblioteca ao ar livre”, contou a arquiteta Melina Motta, 26, umas integrantes do grupo. O espaço foi adotado pela Editora Imeph, que vai disponibilizar os livros para a estação de leitura.

“Quanto mais gente tiver acesso à leitura, melhor para a cidade. Queremos estender para outras praças e até para paradas de ônibus”, diz um dos sócios da editora, Marcelo Figueirôa. Ele estima que entre 500 e mil exemplares serão ofertados. “É maravilhosa essa ação pois a praça está abandonada. Vai trazer mais vida”, comentou o comerciante Ivo Alves, 46, dono de uma lanchonete que fica ao lado da praça.

O Coletivo Massapê também pintou o chão no trecho que fica entre a Avenida Oliveira Lima e a Rua Corredor do Bispo, no mesmo bairro.

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