A bandeira hasteada no pátio sinaliza o território sagrado de Nossa Senhora do Carmo, no Centro do Recife. E é dali, onde a Avenida Dantas Barreto se encontra com a via batizada com o nome da santa, que os frades carmelitas conduzirão a procissão em homenagem à copadroeira da capital pernambucana no fim da tarde desta segunda-feira, 16 de julho, feriado municipal. A romaria encerra a 322ª Festa do Carmo, iniciada dia 6 último.
Como acontece todos os anos, o andor com a imagem da santa sairá da Igreja da Ordem Terceira, localizada ao lado da Basílica de Nossa Senhora do Carmo, depois da missa campal das 16h celebrada pelo arcebispo de Olinda e Recife, dom Fernando Saburido. A santa foi declarada copadroeira do Recife pelo papa Pio X em 1909, há 109 anos, na primeira década do século 20.
“Vamos fazer o mesmo percurso de sempre, saindo do Pátio do Carmo”, informa o reitor da basílica, frei Rosenildo Alexandre. A procissão seguirá pela Avenida Nossa Senhora do Carmo, Avenida Martins de Barros, Praça da República, Rua do Sol, Avenida Guararapes e Avenida Dantas Barreto, com retorno para a igreja. “Terminaremos a festa com show de frei Damião Silva e Dudu do Acordeon”, diz o frade carmelita.
Segunda-feira (16), dia dedicado à santa, a igreja abrirá as portas às 4h30 e a primeira celebração será às 5h, na basílica. O bispo auxiliar da Arquidiocese de Olinda e Recife, dom Limacêdo Antônio da Silva, rezará a missa solene das 10h. Ele assumiu a função em 30 de junho último e presidirá pela primeira vez uma cerimônia na Basílica do Carmo, como padre e como bispo. As missas no claustro do convento começam às 5h30.
Frei Rosenildo Alexandre informa que as celebrações no claustro terão início a partir deste domingo (15), véspera do Dia de Nossa Senhora do Carmo, por causa do grande número de fiéis que procuram a igreja. Estão programadas missas às 7h, 8h, 10h, 12h e 15h na basílica e às 9h, 11h, 13h, 14h e 16h no claustro. O arcebispo da Arquidiocese de Maceió (AL), dom Antônio Muniz Fernandes, será o pregador das vésperas solenes, às 19h.
Os primeiros frades carmelitas chegaram ao Brasil em 1590, no século 16, e se estabeleceram em Olinda. Só em 1696, no século 17, nasce a Igreja do Carmo do Recife e a festa em homenagem à santa na cidade. A construção demorou 71 anos e o templo ficou pronto em 1767. Em 1920, o papa Bento 15 elevou a igreja à categoria de Basílica Menor, agregada à Basílica Vaticana.
A imagem peregrina de Nossa Senhora do Carmo, levada na procissão, passa o resto do ano guardada na sacristia. “Estamos estudando a possibilidade de deixá-la exposta na igreja, pelo menos todo dia 16 de cada mês”, afirma frei Rosenildo Alexandre. O público estimado pela basílica, para os 11 dias da Festa do Carmo, é de 300 a 400 mil pessoas.