Duas denúncias anônimas levaram os policiais a resgatarem animais que estavam sendo mantidos em cativeiro ilegal no Recife e em Camaragibe, na Região Metropolitana. Nesta sexta-feira (28), os animais foram entregues à Agência Estadual do Meio Ambiente (CPRH), onde recebem cuidados.
Na primeira apreensão, que aconteceu na noite da quinta-feira (27), em Camaragibe, foi resgatado um filhote de papagaio-verdadeiro, espécie ameaçada de extinção. A segunda, no mesmo dia, recolheu duas jiboias, criadas em cativeiro em uma residência no Alto José do Pinho, na Zona Norte da capital.
A primeira denúncia, feita à Companhia Independente de Policiamento do Meio Ambiente (Cipoma) , da Polícia Militar, relatava que uma pessoa havia colocado o filhote de papagaio-verdadeiro, da espécie Amazona aestiva, à venda em um grupo de Whatsapp.
Para chegar até o vendedor, um major da Cipoma conseguiu entrar no grupo do aplicativo de conversas, e acertou a compra, marcando o encontro com o vendedor da ave. Morador de Camaragibe, Kaio César Gomes Soares, foi até o local informado com o suposto comprador, levando o papagaio que pretendia vender por R$ 500. Ele foi preso em flagrante e conduzido à Polícia Federal, onde foi lavrado um Termo Circunstanciado de Ocorrência (TCO).
A CPRH foi acionada e Kaio César recebeu dois autos de infração, com multa de R$ 10 mil, sendo R$ 5 mil pela posse de um animal silvestre de espécie em extinção e R$ 5 mil pela exposição do mesmo em imagem (propaganda) em cativeiro irregular e para fins comerciais.
A ave está sob os cuidados do Centro de Animais Silvestres de Pernambuco (Cetas Tangara), da CPRH, que desenvolve com parceiros no Sertão o projeto Papagaio da Caatinga, voltado à preservação da espécie.
Já a denúncia que resultou no resgate das jiboias, foi feita na Delegacia da Macaxeira, onde foi relatado que o morador da casa estaria portando uma arma. Ao chegar no local, os agentes não encontraram nenhum armamento, mas avistaram gaiolas com pássaros e um viveiro, onde eram criadas duas serpentes jiboias. Em defesa, o proprietário da casa apresentou documentos de comprovação de que as aves foram compradas em criadouros legalizados.
Mas no caso das jiboias, não constava nenhum documento que o autorizasse a tê-las. Um TCO também foi lavrado e as jiboias foram apreendidas e também seguirão para o Cetas e, posteriormente, voltarão à natureza.