Oito pernambucanos estão fazendo a diferença em Brumadinho

Atuando como o exclusivo elo entre o poder público de Minas Gerais, o Governo Federal, e os interessados em ajudar na tragédia de Brumadinho, oito pernambucanos da ONG Novo Jeito vêm fazendo a diferença em terras mineiras. Após se reunirem com os órgãos competentes, a organização não governamental ficou responsável por direcionar os voluntários para auxiliarem em áreas da saúde e serviços gerais. O cadastro está sendo feito online e é direcionado às pessoas que moram na região de Belo Horizonte. Do dia da tragédia até a tarde desta quinta-feira (31), mais de 5.195 pessoas de diversas áreas de atuação se disponibilizaram em ajudar através da plataforma online (transformabrasil.com.br).

A plataforma já é conhecida dos pernambucanos, e foi utilizada nas enchentes da Mata Norte, em 2017, como também nos incêndios que ocorreram em comunidades da Região Metropolitana do Recife nos anos anteriores.  A iniciativa se baseou nas experiências do Transforma Recife e Transforma Campinas, que, em três anos, duplicaram o número de voluntários nas cidades. Desta vez, a ação despertou uma procura tão grande que o site passou de 15 mil para mais de 29 mil voluntários cadastrados, quase dobrando. Embora nem todos tenham estado aptos para atuar especificamente em Brumadinho.

O site já ofertava cadastro horas depois da tragédia na barragem da mina do Córrego do Feijão. A ação surgiu após uma reunião da equipe da plataforma com a prefeitura de Brumadinho, o Governo de Minas Gerais, e Federal, ficou acertado que a Transforma Brasil gerenciaria a atuação dos voluntários, direcionando-os para os locais onde for identificada a necessidade. Dessa forma, os oito pernambucanos estão recebendo e gerenciando a atuação desses voluntários já aptos e cadastrados no site.

O humanitário pernambucano presidente da Transforma Brasil, e criador da ONG Novo Jeito, Fábio Silva, já estava em Brumadinho para iniciar os trabalhos menos de um dia depois do rompimento da barragem, e descreveu o cenário que encontrou. A situação vem melhorando, mas o caos público perdura. “É uma cidade amistosa, familiar, todos se conhecem. São 30 mil habitantes e mais de 400 pessoas ou estão desaparecidas, ou mortas. O número é assustador. Onde eu passo vejo relatos de alguém chorando por ter perdido a casa, ou um amigo, ou um ente querido”, contou.

“São filas imensas em farmácias, supermercados, hospitais, no IML(Instituto de Medicina Legal), nas funerárias, a sensação é de caos. Mas os voluntários têm feito de tudo para amenizar. É muita confusão para uma cidade deste tamanho”, pontuou.  De acordo com ele, a orientação da prefeitura da cidade é que ninguém venha para a cidade de forma espontânea para se voluntariar, e sim através do transformabrasil.com.br.

VOLUNTARIADO

Já são 662 profissionais, entre eles psicólogos, enfermeiros, médicos, assistentes sociais e veterinários, aptos a atuarem no auxílio às vítimas. Cerca de metade deste número já está em atuação e a outra metade começará a atuar essa semana assim que as escalas estiverem montadas. Os outros 4.453 são pessoas dispostas a ajudarem nos serviços gerais e serão chamadas de acordo com a demanda.  

ABRAÇOS E ROSAS

No início da tarde desta quinta-feira (31), cerca de 100 pessoas distribuíram abraços e aproximadamente mil rosas para moradores de brumadinho que estavam na missa de sétimo dia das vítimas da tragédia. A atividade cerimônia acontece às 19h30 na Igreja Matriz de Brumadinho, no Centro da cidade. “O ato é singelo, mas enche o coração das pessoas amor. Nessas horas muitos só precisam de forças para continuar”, observou o criador da Novo Jeito.