A Polícia Civil de Pernambuco e a Secretaria da Fazenda (Sefaz) desencadearam, na manhã desta quinta-feira (9), a Operação Mar Aberto, com o objetivo de prender integrantes de um grupo empresarial que teria movimentado mais de R$ 300 milhões em cinco anos, e sonegado cerca de R$ 65 milhões em tributos. Os acusados responderão por lavagem de dinheiro, crime tributário e organização criminosa.
"A movimentação foi muito grande. Até o momento apreendemos 28 carros de luxo, 4 embarcações, 15 imóveis, joias e obras de arte. Esperamos que no decorrer do processo consigamos reverter isso para o Estado de Pernambuco", afirmou o delegado Jean Rockfeller.
O grupo investigado é o Ecomariner, que, segundo o delegado Jean Rockfeller, contava com ao menos 11 empresas. Entre os presos está o empresário Antônio José Pinteiro. Seu filho, José Pinteiro Filho, mais conhecido como DJ Jopin, foi visto chegando na delegacia com agentes policiais, mas a Polícia Civil não confirmou oficialmente a prisão do DJ.
Vinculada ao Departamento de Repressão à Corrupção e ao Crime Organizado (DRACO), sob a presidência da delegada Priscila Von Sohsten, a operação cumpriu, no total, nove mandados de prisão e 18 mandados de busca e apreensão domiciliar nesta quinta, sendo dois em São Paulo e na Paraíba.
Em entrevista à TV Jornal, o advogado Hélcio França informou que representa três membros da família Pinteiro e que seus clientes estão recolhidos no Centro de Observação e Triagem Professor Everardo Luna (Cotel), em Abreu e Lima, no Grande Recife, e na Colônia Penal Feminina do Recife, na Zona Oeste da capital. "Estou representando a família Pinteiro, que seria José Pinteiro Neto, José Pinteiro Júnior e Andréa Pinteiro. Eles foram presos hoje (nesta quinta-feira), em casa, encaminhados ao Draco, depois foram fazer exame de corpo de delito no Instituto de Medicina Legal (IML) e agora estão nos presídios", disse.
Segundo o defensor, a prisão preventiva não era necessária. "É tudo muito recente, mas pelo que eu vi do decreto de prisão, são fatos que datariam, teriam origem, nos anos 2008 a 2012. O que eu estou percebendo é que não haveria contemporaneidade da prisão, haja vista que fatos antigos e um decreto de prisão agora em 2019. É isso o que a gente vai demonstrar à Justiça, que não existe uma necessidade dessa prisão preventiva."
O representante de outros dois suspeitos, André Caúla, disse à TV Jornal que não havia necessidade de prisão de nenhum dos apontados pela Polícia Civil. Ele informou que algumas empresas citadas nas investigações nem existem mais e que seus clientes sempre estarão à disposição da justiça e da polícia.