A Defesa Civil atestou a necessidade de demolir a edificação adjacente ao prédio que desabou em Afogados, na na Rua Doutor Leônidas Cravo Gama, Zona Oeste do Recife. O desabamento do imóvel ocorreu no fim da tarde da quarta-feira (22) e deixou uma pessoa morta e outras 12 feridas, incluindo três crianças. A Defesa Civil informou que a demolição está prevista para ocorrer ainda nesta quinta-feira (23).
Equipes do Corpo de Bombeiros encerraram a busca por mais vítimas às 10h desta quinta. Após isso, funcionários da Empresa de Manutenção e Limpeza Urbana do Recife (Emlurb) deram início ao processo de retirada dos escombros. A Defesa Civil coordenou a entrada dos moradores para que eles retirassem os pertences dos apartamentos que não desabaram e que serão demolidos.
As duas edificações pertencem ao mesmo proprietário e, segundo secretário executivo da Defesa Civil, Coronel Cássio Sinomar, foram construídas de forma irregular. "Era um prédio sem nenhum acompanhamento técnico, especializado, sem projeto. Nada disso foi apresentado", afirmou o secretário.
Devido ao desabamento, a Ponte de Afogados está interditada. Com isso, os condutores que seguem pela Rua Imperial estão sendo desviados para a Avenida Sul e seguindo por ela em direção à Rua da Paz. Uma equipe da CTTU está no local para orientar os motoristas. O trecho apresentou trânsito bastante lento durante o dia.
O Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) foi acionado para a ocorrência às 17h16 e chegou ao local às 17h20. Sete ambulâncias foram mobilizadas, entre elas duas UTIs móveis, além de oito motolâncias. Sete feridos seguiram para unidades de saúde de referência, e cinco foram atendidos no local.
Seis das vítimas resgatadas foram socorridas para as Unidades de Pronto Atendimento (UPA) do Ibura e Imbiribeira, ambas localizadas na Zona Sul do Recife, e para a Policlínica de Afogados, Zona Oeste. O caso considerado mais grave pelo Samu, uma mulher de 39 anos, foi levada para o Hospital da Restauração (HR), na área central do Recife, com fraturas no joelho e costela.
Com um ferro-velho no térreo, a edificação abrigava cinco apartamentos no primeiro andar, segundo moradores. A empregada doméstica Josélia Félix, 50 anos, que residia no local havia seis meses, não percebeu nenhum sinal preocupante. “A gente não desconfiava. Não tinha nenhuma rachadura, não tinha nada. Não sabíamos que isso ia acontecer. Ninguém sabe o motivo”, disse.
A Prefeitura do Recife informou, por meio de nota, que o imóvel onde aconteceu o desabamento era uma construção irregular. Segundo a prefeitura, a “Diretoria Executiva de Controle Urbano (Dircon) já notificou o imóvel por diversas vezes pela construção em local irregular”.