Um protesto organizado por familiares e amigos de William da Silva, 19 anos, morto após ser baleado em festa de rua no Ibura, na Zona Sul do Recife, na madrugada do domingo (12), bloqueou vias do bairro na manhã desta quarta-feira (15). Os manifestantes atearam fogo em pneus no cruzamento da Avenida Dois Rios com a Rua Rio Xingu.
O protesto começou por volta das 6h40. O grupo vestiu camisas com a foto de William, levou cartazes e falou palavras de ordem pedindo justiça para o caso. Um caminhão do Corpo de Bombeiros foi enviado ao local e conseguiu apagar parte das chamas.
De acordo com a Polícia Civil, o jovem foi baleado no último domingo (12) durante um tumulto entre policiais militares e o público. A corporação instaurou um inquérito policial para investigar o caso e identificar o autor do disparo. Após ser baleado, o jovem chegou a ser socorrido e levado para a Policlínica Professor Arnaldo Marques, no Ibura, mas não resistiu aos ferimentos e faleceu.
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As versões apresentadas pela PM e por amigos e familiares do jovem morto são divergentes. Por meio de nota, a PM disse que só foi acionada para o fato depois que o jovem foi baleado e que o referido homicídio se deu na academia da cidade, provocado por brigas entre facções criminosas das comunidades dos Milagres e do Ibura. Ainda segundo a nota, a PM permaneceu no local até a chegada do IML, Polícia Civil e IC. Apesar disso, Estefanie Silva, prima de William, afirmou que a família tem imagens que mostram viaturas da PM antes do jovem ser baleado.
Uma amiga do rapaz contou à reportagem do Jornal do Commercio que a polícia chegou ao local atirando. “Ele (policial) mirou e atirou. Não quis saber nem em quem ia acertar. Infelizmente quem estava na frente era o meu amigo e morreu nesta fatalidade”, disse Jairiz Gomes, amiga de William. Ela negou que o jovem tinha envolvimento com facções criminosas e que a polícia teria chegado depois do ocorrido. “Ele não tinha envolvimento com nada, com tráfico, com facção nenhuma como estão falando por aí. Foi uma covardia o que fizeram com ele. A polícia está querendo se sair, dizendo que foi briga de facção, que chegaram depois, mas não foi isso”, afirmou.