Jeison está de volta. No caso, Jeison Wallace incorporado na personagem Cinderela, para lançar o terceiro disco da série Carnaval de Cinderela (Ôxe Mainha), hoje, a partir das 19h, no Palácio do Galo da Madrugada. Com ele estará uma congregação de personagens que fizeram e fazem a história do frevo no Recife: Expedito Baracho, Claudionor Germano, Gustavo Travassos, Fátima de Castro, Veio Mangaba, Nonô Germano, Nena Queiroga.
Cinderela, vivida pelo ator Jeison Wallace, ressalta o seu verdadeiro amor pelo riqueza cultural do frevo. “Com esse disco, eu também estou contribuindo para que o frevo não morra. Há muito tempo as pessoas não lançam discos, e eu gosto, principalmente, das grandes parcerias que realizei nesse álbum”, comenta Jeison Wallace.
Um CD com 17 músicas para serem tocadas num período tão relativamente curto como o Carnaval: “É uma pena que uma música tão rica quanto o frevo se limite ao Carnaval. A ideia era a de que fosse um single, com duas músicas de Bráulio e Fátima de Castro, que gravaria com Expedito Baracho. Mas aí ele foi me mostrando música, e eu fui gostando. Mostrou tanta coisa boa que acabei gravando 16 músicas. Tem mais uma minha e uma regravação de Adoro Celulite, de J. Michiles e Gustavo Krause, cantada com Nonô Germano".
Ele conseguiu trazer para o disco Claudionor Germano, cujo nome é quase um sinônimo de frevo, e que canta na faixa Bolsa de Moça Bonita: “Eu não conhecia bem ele, mas admiro muito. Tomei a ousadia de ir até a casa de Claudionor e deixei três músicas. Ele me ligou e escolheu uma”.
Gravado no estúdio de Fábio Valois, que também foi o produtor e arranjador, Carnaval da Cinderela 3 foi inteiramente bancado por Jeison: “Não tive apoio de ninguém. Fiz para divulgar o frevo mesmo. Este e os outros dois discos tocaram na Rádio Jornal, na Recife FM. Não ganho dinheiro com isso. Nem os compositores, é tudo por prazer de fazer mesmo”, diz Cinderela, que continua uma tradição bem característica da música carnavalesca: a de marchinhas e frevos gravados por comediantes, atores, radialistas, apresentadores de TV.
Alguns deixaram clássicos do gênero, como foi o caso de Moacir Franco, em 1959, com Me Dá Um Dinheiro Aí (de Homero Ferreira, falecido no ano passado). O título da música era o bordão do mendigo que Moacir interpretava no humorístico A Praça da Alegria.
Jeison estreou em músicas carnavalescas com o frevo canção Ôxe Mainha, bordão de Cinderela, que não chegou a estourar, mas teve boa aceitação, e foi seu início na TV: “O disco que mais vendi, Cindy, não é de músicas de Carnaval, é de humor, duplo sentido. Foi gravado na Polydisc, e distribuído pela Sony Music. Nem tenho ideia de quantos foram vendidos. O importante mesmo é levar alegria para o meu público”, diz Jeison.