Desfile do Galo da Madrugada arrasta 'um mar de gente' pelas ruas do Recife

Entre os foliões, não faltou criatividade na hora de criar as fantasias. Durante a festa, 30 trios alegraram a multidão que acompanhava o Galo
JC Online
Publicado em 02/03/2019 às 16:08
Foto: Foto: Arnaldo Carvalho/JC Imagem


O dia amanheceu com chuva no Recife, mas nem isso desanimou os foliões. Em sua 42ª edição, o Galo da Madrugada saiu às ruas na manhã deste sábado (2), atraindo milhares de pessoas e regido pela temática "Frevo Mulher". O tema homenageia não apenas a tradicional música de Zé Ramalho e as mulheres pernambucanas, como também dialoga com a bandeira levantada este ano pelos direitos femininos e contra o assédio no Carnaval. Por volta das 10h, o sol finalmente chegou e trouxe ainda mais alegria ao desfile do maior bloco de rua do mundo.

A alegoria "Pernambucana de Raça" ilustrou a história de garra e superação de Yane Marques e fez referência a atletas da Grécia Antiga. Já a alegoria "Ciranda de Lia" foi voltada para história de Lia de Itamaracá, com muita ciranda e elementos como coqueiros e jangadas. A última foi "Oh, Bela", inspirada na canção de mesmo nome, de Capiba, e na irreverência e humor de Fabiana Karla. Também teve a alegoria "Frevo Mulher", comandada pela cantora Amelinha, intérprete da canção Frevo Mulher. 

A festa começou às 9h, saindo da Avenida Sul, com o desfile de 30 trios elétricos. Os shows ficaram por conta de artistas como Elba Ramalho, Quinteto Violado, Fafá de Belém, Marrom Brasileiro em dueto com Lula Queiroga, Spok, André Rio, Michele Melo, Nena Queiroga, Geraldinho Lins, Silvério Pessoa e muitos outros.

Nos camarotes ou no chão, os foliões se divertiram e levaram alegria ao maior bloco de carnaval do mundo. 

Fantasias

Como de costume, os foliões investiram toda sua criatividade nas fantasias para o Galo. Entre as ideias estavam referências a cultura pop, elementos tradicionais do Carnaval pernambucano e roupas originais e muito inusitadas. Um dos temas de destaque entre as fantasias deste ano foi a política. Teve de tudo. Desde homenagens à críticas.

Os trabalhadores autônomos José Bezerra, de 60 anos, e Marco Antônio, de 40, por exemplo, tiraram do armário as mesmas roupas que usam desde 2002 e 2010, respectivamente, para imitar os ex-presidentes Lula e Dilma. A fantasia de  José, em especial, tem história: já o fez ser entrevistado por programas de TV famosos, como Jô Soares e Pânico, além de ter proporcionado um encontro pessoalmente com o próprio Lula.

Apesar da crescente rejeição enfrentada pelas figuras petistas atualmente, os dois afirmam não estarem preocupados. "Continuarei fazendo [Lula] enquanto tiver vida", afirmou José. "Não tenho medo da rejeição, ainda temos um carinho muito grande por Dilma, apesar de tudo", diz Marco.

Fantasias de laranjas também não faltaram, fazendo alusão às recentes suspeitas de uso de candidatos laranjas pelo PSL, partido do presidente Jair Bolsonaro. "A ideia da gente era fazer um protesto diante de tanta loucura que está esse governo. Todo mundo que passa já pergunta: 'cadê o Queiroz?'", disse o folião Fabiano de Olinda.

Até a cidade de Camaragibe, no Grande Recife, virou tema de fantasia. O vendedor Jauber Cândido, de 38 anos, decidiu utilizar uma placa com os dizeres "só vim porque mandaram. Cargo comissionado Prefeitura de Camaragibe". A placa faz referência à polêmica envolvendo o prefeito que exigiu a presença de servidores comissionados em uma prévia carnavalesca, durante o show da noiva dele, Taty Dantas, que também é secretária de Assistência Social do município.

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