Quase 72 horas depois, recifenses continuam sem energia e protestam

Quase 72 horas depois da queda de energia que atingiu diversos bairros da Região Metropolitana do Recife (RMR), recifenses continuam sem eletricidade em suas casas. Revoltados, moradores dos bairros de Dois Irmãos, Nova Descoberta e Torre protestaram em vias da cidade ne manhã desta segunda-feira (1º). Segundo a Celpe, 9 mil famílias ainda estão sem energia. Na última sexta-feira, 500 mil residências tiveram o fornecimento de energia interrompido devido ao temporal que atingiu o Grande Recife.

O primeiro dos protestos começou por volta das 9h da manhã, quando moradores dos entornos da Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE) interditaram os dois sentidos da Rua Ribeiro Pessoa, nas imediações da entrada do Sítio dos Pintos. Eles queimaram objetos na via e o trânsito ficou bastante complicado no local. 

Já no bairro de Nova Descoberta, o protesto aconteceu na Rua Vasco da Gama. Os moradores queimaram pneus na via e bloquearam o trânsito. 

Na Praça Barreto Campelo, na Torre, populares também protestaram por causa da falta de energia. Eles queimaram pneus nas imediações da Praça. 

Em entrevista à Rádio Jornal, uma moradora da rua Treze de Maio, no bairro de Santo Amaro, área central do Recife, disse que a falta de energia está prejudicando a saúde do marido dela, um idoso de 80 anos que precisa de nebulização frequentemente. "Eu não sei para quem apelar", afirmou. Outro ouvinte,  morador do Alto do Capitão, Zona Norte do Recife, reclamou que a falta de energia elétrica e água está prejudicando o comércio da localidade.

De acordo com a  Companhia Energética de Pernambuco (Celpe), mais de 800 profissionais estão ruas na executando os reparos. Mais de cem postes danificados por quedas de árvores estão sendo substituídos. A Companhia orienta os clientes que tiveram prejuízos a procurar uma loja de atendimento entre elas as de Olinda, Centro, e Cordeiro e Madalena, na Zona Oeste do Recife.  

A Companhia Pernambucana de Saneamento (Compesa)  informou que, dos 25 sistemas atingidos, 22 já tiveram as atividades retomadas normalmente. Pode levar até 12 horas para que a água volte às torneiras. Nas áreas onde há rodízio, a regularização do abastecimento ainda segue o calendário habitual do bairro.

TEMPORAL- O forte temporal que atingiu a Região Metropolitana do Recife (RMR), na sexta-feira (29), foi causado por um fenômeno chamado de Vórtice Ciclônico de Altos Níveis (VCAN), que foi intensificado pelo El Niño. Segundo a Agência Pernambucana de Águas e Clima (Apac), o município de Olinda foi a que registrou o maior acúmulo de precipitação, com 71 milímetros (mm). No Recife, choveu 51mm.

Os raios, trovões chuvas fortes e rajadas de vento que ultrapassam os 50 km/h causaram a queda de cerca de 173 árvores. No bairro do Espinheiro, Zona Norte do Recife, um ciclista que passava pela Avenida Rosa e Silva morreu após ser atingido por uma árvore de grande porte. Além disso, 39 ocorrências foram registradas pela Defesa Civil, mais de 80 semáforos apresentaram falhas, 55 acidentes de trânsito aconteceram - dois deles com vítimas, 85 ligações foram registradas pelo SAMU e cerca de 100 postes tombaram.